É tão triste, a casa. Fica como a deixaram,
Afeita ao conforto dos últimos a partir,
Como que para os reaver. Mas, despojada
De gente a quem agradar, vai definhando
Sem alma para esquecer o roubo
E recordar outra vez o que era a princípio,
Um ensaio radioso das coisas como deviam ser,
Há muito malogrado. Bem se vê como foi:
É só olhar para os quadros e talheres.
As músicas no banco do piano. Aquela jarra.
Philip Larkin, "É tão triste, a casa"
Retirei este poema de um livro chamado NÓS, de David Nicholls, um livro que andei a ler e que acabei há já algum tempo. Fiz referência a ele num dos meus posts e disse que não sabia se iria gostar dele. Pois bem, gostei. A princípio um pouco maçador, mas com a continuação acaba-se por entrar na pele da personagem que relata a história.
Uma casa que definha à medida que vai ficando sem a alma que lhe deu vida. À vista desarmada apenas os vestígios: quadros e talheres, as músicas no banco do piano e...aquela jarra. Tanto pode ser a da imagem ou outra, com flores ou sem flores. O importante é a carga das recordações que poderá transportar.
Estive nos últimos dias impossibilitada de aceder ao blog por causa de problemas no portátil. Penso que ainda não acabaram mas, neste momento estão a dar-me uma pequena folga.
Desejo-vos um bom fim de semana.:)
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Imagem:aqui
Querida amiga Olinda
ResponderEliminarSempre fantasieis com as coisas inanimadas.
E com as casas,
sempre pensei desta forma...
Há alguns anos quando mudei de casa,
escrevi um texto sobre isso:
a casa 47...
Um belo texto...
Que estrelas brilhem em tuas noites.
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ResponderEliminar~ Um poema de grande sensibilidade, fala-nos da nostalgia
de uma casa despojada da vida que a animava...
~ Nunca vi abordado este tema triste, em poesia.
~ Um fim de semana muito agradável, Olinda. ~
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Uma forte carga emotiva nesse belo poema
ResponderEliminarRecordações de uma casa cheia de vida e glamour, hoje apenas os objetos que foram companheiros de vida de alguém que deram vida àquele espaço
Muito nostálgico este poema
Um super beijo amiga Olinda
O azul é bonito.....O computador....pois é...O Adobe tem dado muito que fazer,,,
ResponderEliminarBfs
Abraço
Não conhecia, mas fala-me tão fundo...essa jarra, talvez, na casa fechada de minha mãe...
ResponderEliminarBeijo
Um poema que faz pensar. Tenha uma ótima semana.
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Uma casa, triste como a Vida,
ResponderEliminarÉ lugar aonde a saudade
Não deixou rastos da partida,
Nem o som dum sorrir de verdade
E não há, sequer, despedida.
Beijos
SOL
É assim que eu sinto a minha casa lá na aldeia onde nasci; continua de pé
ResponderEliminare faço tudo para que não caia, mas....há anos não tenho coragem de lá entrar;." despojada de gente a quem agradar vai definhando. Não sei...mas talvez nem uma jarra exista. Aquele quintal tão bem cuidado pela minha mãe, agora ganhou nova vida; alguém tem cuidado dele, plantando e semeando o que necessita para viver. Fiquei feliz, porque muito nele também brinque,, debaixo das ramadas a imaginação corria solta e belas casinhas de bonecas eram imaginadas aí. Bonecas? Claro que não existiam, mas...sempre a natureza nos oferecia algo que com uma se parecesse. Olinda, o livro deve ser muito bom. Beijinhos e obrigada. Por momentos voltei àquela casa vazia, triste, mas onde fui muito feliz Beijinhos, amiga!
Emília
Olá amiga, voltando definitivamente as atividades dos blogs.
ResponderEliminarÉ de ficar embriagado de satisfações e alimento na alma com leituras em seu espaço blog.
Parabéns mais uma vez.
Abraço
Boa noite minha querida Olinda. Teu voto na semifinal no 10º Pena de Ouro foi validado. Beijos da Sereia em teu coração. E desculpe passar correndo, mas vim só confirmar teu voto, depois volto com calma ♥ Dia 7 começa a grande final e ficaria feliz se firmasse novamente tua presença.
ResponderEliminarhttp://ostra-da-poesia-as-perolas.blogspot.com.br/
Conheço essa sensação de casa triste, felizmente não habito numa assim!
ResponderEliminarBeijinhos, bom sábado :)
Infelizmente já conheci essa sensação várias vezes, e ainda hoje sinto essa tristeza sempre que vou à casa que era dos meus pais e agora está fechada.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Olá, Olinda.
ResponderEliminarTantas casas "sem a alma que lhes deu vida" - quando seus criadores/moradores partem.
Leva-me àquela questão irreverente que defende que as coisas não são inanimadas, porque têm vida. Uma vida intrinsecamente ligada à de quem as cria e/ou faz uso delas. E, facto é, que na morte de tantas pessoas, damos conta que as suas coisas perdem muito da energia que lhes associávamos. Fantasia? Ou, por outra, uma sensibilidade diferente?
bj amg
Hoje venho desejar um feliz final de semana.
ResponderEliminarE permita me Snr: que eu possa estar visitando por mais algum tempo.
A vida continua por maior que seja nossa luta
em preservar amigos que cativamos ao longo da existência.
Com alguns anos conheci pessoas inesquecivel como você ,
e será sempre tenho carinho e grande respeito por tudo que eu cativo.
Um Domingo feliz e abençoado.
Beijos no coração.
Evanir..