quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Poema em tons de arco-íris




Poema Islandês

G.H. Böll encontrou este poema em 1946, em Stykkislómur, na Islândia. Böll é cientista mas tem como passatempo o coleccionismo de velhas canções, poemas e baladas tradicionais do norte da Europa e da Islândia, que pensa vir a publicar. A nossa tradução foi feita a partir de uma versão sua, em francês, publicada avulsamente.


Aproximou-se
e com o lápis de gelo terá desenhado o arco-íris
que o bando de gansos escolheu para fazer o ninho.
Com a lã do tempo terá tecido a roupa
para os movimentos e para aquilo que cresce,
para os pequenos rebentos da faia, para o peixe e para o homem.

Num caminho de pedras
terá abandonado as sandálias de ervas
antes de afastar-se.

entre ter chegado e ter partido
demorou um segundo, um bilião de anos.

In: Os Herdeiros do Vento - Antologia Apócrifa (pgs 149 e 151) - Joaquim Pessoa

Imagem: aqui
Caverna de cristais gigantes
Mina de Naica-México


11 comentários:

  1. ~ ~ Belo, com algo de místico e esotérico, ~ ~

    ~ ~ ~ Beijos amigos. ~ ~ ~
    .

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  2. Muito belo. Adorei o poema e a imagem.

    Beijinhos

    Isabel Gomes

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  3. Boa tarde, com os movimentos e para aquilo que cresce é natural no belo poeta que criou o encantador poema apresentado.
    AG

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  4. Belo nesta desordem de cores no jardim


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  5. Tantas relíquias espalhadas por aí, prontas a serem descobertas e apreciadas.
    bj amg

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  6. Interessante como é traçado o tempo neste poema! Às vezes parece que num segundo se avança um ano!
    Beijinhos :)

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  7. Olá Olinda,eu simpatizo contigo e não sei porquê:)
    Gostava de te ver no goodreads por causa das tuas leituras e do teu bom gosto por essas coisas maravilhosas a que chamam "livros"...
    Beijinhos*
    Adoro o Joaquim Pessoa,como poeta e como Pessoa*

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  8. Boa noite amiga Olinda
    Que poema primoroso. Encantadora a forma como delineia a passagem do tempo. Quantas preciosidades a serem descobertas. Este poema é uma pérola.
    Um beijo no coração minha querida

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  9. Desconhecia o Autor que tão primoroso foi ao encimar o Arco Íris na sua Poesia.
    Fico-te grato (mais uma vez) pela excelência das tuas escolhas.


    Beijos


    SOL

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