sábado, 20 de dezembro de 2014

Trégua de Natal




Em Dezembro de 1914, havia trincheiras nas frentes de batalha da Bélgica e da França. Os soldados disparavam através de uma terra-de-ninguém semeada de camaradas feridos e mortos. No dia 24 de Dezembro, porém, em certos pontos da frente ocidental, os alemães colocaram nos parapeitos das trincheiras árvores  iluminadas e os Aliados juntaram-se a eles numa paz improvisada: foi a trégua de Natal da Primeira Grande Guerra, cujo centésimo aniversário se celebra este mês.
A trégua "borbulhava a partir das fileiras" apesar dos éditos contra a confraternização, defende o historiador Stanley Weintraub. Depois de promessas gritadas entre trincheiras, alguns soldados dedicaram cânticos de Natal aos adversários. Outros emergiram para dar apertos de mão e partilhar cigarros. Muitos concordaram em estender a paz até ao dia de Natal para se poderem encontrar de novo e enterrar os mortos. Cada lado ajudou o outro a cavar sepulturas e a realizar homenagens fúnebres. Os soldados partilharam comida e presentes, trocaram botões de uniformes como lembranças e defrontaram-se em partidas de futebol.
"Ali ninguém queria continuar a guerra", assegura Weintraub. Mas as altas patentes ameaçaram os soldados que fugiam ao cumprimento do dever. Com o início do novo ano, ambos os lados "continuaram o seu trabalho sombrio", diz o historiador. Muitos recordaram carinhosamente a trégua nas cartas enviadas para casa e em notas dos seus diários: "Maravilhosamente espantoso, ainda que muito estranho,", escreveu um soldado alemão.-Patricia Edmonds, in National Geographic, Dezembro 2014.

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Pobres rapazes, o horror ainda mal tinha começado. Até Novembro de 1918, quanto sofrimento, quanta devastação! E a juventude perdida entre lamaçais e campos de morte. Mas, naquela altura, a esperança ainda imperava e quase ninguém acreditava que a guerra durasse tanto tempo.

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Imagem - daqui  

14 comentários:

  1. Uma guerra dura sempre demasiado tempo...

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    1. É isso, Til. Por pouco que seja, já é demasiado.

      Abraço
      Olinda

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    2. Olinda,sabes que, por razões profissionais, tenho que falar de guerras...Faço sempre questão de dizer que as guerras são um desperdício de tempo e de vidas!Numa guerra nunca há vencedores.Perdemos todos!!!
      beijinhos*

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  2. Oi Olinda
    Em meio à uma sangrenta batalha o espírito do natal coroado pelo amor do Menino Jesus quebrantou aqueles corações dilacerados pela dor.
    Amiga desejo que as luzes que iluminam o pinheirinho de natal para receber o amado Menino Jesus iluminem a sua trajetória em 2015 para que você realize todos os seus projetos. Desejo que o natal transcorra na maior alegria em companhia de todos os seus familiares.
    Beijos e carinhos

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  3. Estudam as guerras nos gabinetes. Os soldados são peças de xadrez, obrigados a matarem e a destruírem. Assim nunca poderá haver paz.
    Ensinam o ódio e a vingança.

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  4. Tu as raison, il ne faut pas oublier les guerres, l'Histoire.

    MERCI Olinda pour ce partage.

    ✿⊱·.✿✿ミ Douces pensées des Tropiques pour toi et bonnes fêtes !!!!!

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  5. Quando a sede de poder prevalece sobre tudo, os corações de quem dirige se tornam de pedra e ficam perdidos nessas guerras, o corpo e alma de quem luta.
    Minha amiga hoje venho especialmente para agradecer o seu carinho ao ter comemorado comigo o nascimento da minha netinha Leonor, deixando a sua preciosa mensagem. Muito obrigado.
    Beijinhos
    Maria

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  6. Bom dia Olinda,
    Confesso que não conhecia este trecho da História, e o que dizer disto? Chocante? Horror?
    A vida no nosso mundo é um horror muitas vezes escondido e disfarçado. Numa guerra acabamos ficando sem saber de que lado está a razão, pois que na batalha tudo perde a razão, a lógica não faz sentido. As guerras do mundo atual ainda mais irracionais se tornam, pois que quem dá a cara e o peito à bala, é muitas vezes um ingénuo crédulo peão na mão de seu senhor-deus.

    Agora, deixemos guerras de lado :)
    Aproveito para agradecer seu carinho e desejar que tenha umas festas em paz e com saúde junto dos que quer bem.
    Bom domingo
    bjo amigo

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  7. ~ Excelente artigo!
    ~ Uma novidade comovente e interessante sobre um breve hiato de humanidade numa guerra que nos foi crudelíssima. Um facto desconhecido porque os historiadores militares entenderam não ser dignificante para o exército!

    ~ ~ Grata pela valiosa partilha. ~ ~

    ~ Assim, houvesse uma trégua de Paz e Amor para todos os portugueses e para o Mundo.

    ~ ~ ~ Amiga, um grande abraço. ~ ~ ~
    ~ ~

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  8. Celebram-se as Festas, nos cenários das guerras...ainda presentes.
    Obrigada pela tua presença.
    bj

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  9. No fragor das Guerras sempre sobressaíam bolhas de espontaneidade que amenizavam a crueza e dureza dos conflitos. Neste, foi o futebol.
    Que neste Natal se celebre apenas a Paz e o Amor; que Ele seja o teu acompanhante e te acresça a Felicidade.


    Beijos


    SOL

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  10. Há um filme alemão, relativamente recente, sobre essa trégua de Natal de 1914 nas trincheiras. Não me lembro é como se chama. Vou ver se o encontro.

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  11. Afinal, o filme é internacional (europeu). O realizador e argumentista é francês, mas conta com muitos atores alemães.

    Pode ler sobre ele aqui:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Joyeux_No%C3%ABl

    Aqui um trailer em inglês:
    https://www.youtube.com/watch?v=HkKkAg4Ew-s

    E aqui uma lindíssima cena, que nos põe de lágrimas nos olhos:
    https://www.youtube.com/watch?v=aaJcSNBh-ok

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    1. Muito obrigada, Cristina.:)
      Vou aceder a esses links com todo o gosto.
      Desconhecia a existência do filme.
      Bj
      Olinda

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