Fez-me saber que conseguiu que o médico a atendesse depressa. Nunca tal tinha acontecido. Queria saber se ele ia substituir-lhe o pacemaker e quando. Dada a proximidade com o Hospital de Santa Cruz, perguntei-lhe se o médico era dali. Disse que sim. E eu vi-me também a fazer confidências: Vim acompanhar uma cunhada para fazer uma angioplastia e, enquanto está a decorrer, vou a Lisboa para um almoço.
Nisso, passou um homem ainda jovem, acompanhado de outros, a comer uma sandwich.
E ela: Sabe, um homem, antigamente, não se via a comer na rua. Vou-lhe contar como a mulher do Fortunato, uma amiga minha, conseguiu que ele deixasse esse mau hábito. E foi o meu pai, que Deus tenha, que lhe deu a receita para isso. Ele disse-lhe: Quando o teu marido preguiçar para se levantar da cama pega numa caneca com um bocado de água vai-lha deitando aos pingos na testa e nos olhos até ele acordar completamente. Faz isso todos os dias e vais ver que ele se levanta e já não vai para o trabalho, apressado, a comer pela rua fora. Foi remédio santo. A minha filha que tem agora 60 anos lembra-se de também eu lhes deitar, a ela e aos irmãos, pinguinhos de água para acordarem para irem para a escola.
Depois de cerca de 45 minutos de animada conversa, de recordações que iam saindo das pregas da memória, lá apareceu o 7. Infelizmente para a senhora, o passe não era válido para a carreira.
Um dia inteiro no hospital, com um pequeno intervalo, que podia ter sido para esquecer. Mas tive alguns encontros agradáveis. Com a senhora de quem falo acima, que me fez depositária fortuita de algumas das suas memórias; com a mãe do jovem desportista, a quem foi detectado um problema no coração, e do seu sorriso aliviado quando saiu com ele ao fim da tarde depois do tratamento; com o taxista que me levou já noite cerrada à estação de comboios, com quem atravessei a cril, a 2ª circular, a radial de Benfica conforme ele me dizia, respondendo às minhas perguntas, e que a certa altura me perguntou interessado: Então, já tem bilhete? E foi mais um dia ganho na luta contra a doença auto-imune de que padece a minha cunhada.
Alguém amigo enviou-me um e-mail dizendo-me que hoje é dia do OLÁ!
Assim:
Alguém amigo enviou-me um e-mail dizendo-me que hoje é dia do OLÁ!
Assim:
OLÁ a todos os que visitarem este Xaile.
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A imagem encontrei-a referenciada aqui - blog "Divagar sobre tudo um pouco", da nossa querida amiga MARIA.
Olá Olinda. OLÁ!
ResponderEliminarAo falares do 7 fizeste com me lembrasse do electrico que ia de Algés dar a voltinha ali na Cruz Quebrada no meio do eucaliptal da mata junto ao começo da estrada da costa...já ao comer na rua, hoje acontece porque ou se come em demasia ou porque o tempo não permite que se coma na pastelaria ou em casa...
As melhoras e um OLÁ para a tua cunhada!
Olá com um grande sorriso. Foi assim que eu li esta sua conversa.
ResponderEliminarTanta gente triste,cansada e fechada no seu mundos sem receber nem oferecer um olá desportivo.
Tanta gente que não é capaz de dizer um olá que encante quem o dá e quem o recebe.
Olá
ResponderEliminarTudo pelo melhor
OLÁ!
ResponderEliminarCada vez acho mais ridículo esta coisa dos Dias....
Abraço grande , querida Olinda :)
Querida amiga
ResponderEliminarTanta coisa
cabe dentro de um OLÁ.
Cabe um sorriso...
Cabe uma lembrança...
Cabem palavras bonitas
e recordações que o tempo
não rouba...
____________________________________
Usa teus sonhos como escudos
em defesa das tuas esperanças.
Olá..Olá..
ResponderEliminarbfs
Beijo
Olá Olinda...!
ResponderEliminarEssas conversas com desconhecidos são quase sempre muito interessantes.
E de uma delas, tu fizeste este texto encantador.
Tem um bom fim de semana, querida amiga Olinda.
Beijo.
Dantes também tinha dessas conversas; agora, quando muito, viajo de metro e aqui passa de 3 em 3 minutos, intervalo gasto a carregar o "andante", de modo que não dá para confidências :)
ResponderEliminarEssa táctica para despertar maridos... cheira-me que o meu não acharia grande piada!
Beijinhos, bom sábado!
Você teve um dia proveitoso porque encontrou alguém com quem conversar, agradavelmente. Creio que essas oportunidades devem ser aproveitadas, já que nos distraem, nos possibilitam afastar os pensamentos de algumas preocupações... enquanto o tempo passa. Eu não gostaria de ser acordada com pingos de água (kkkkk), mas que surte efeito, não tenho dúvidas. Bjs.
ResponderEliminarBeau partage ! Je suis en admiration !
ResponderEliminarC'est SUPERBE !
Bon week-end chère Olinda
BISOUS D'ASIE ❤ ❤
Partilhas espontâneas de conversas, são, quase sempre, mais sinceras e produtivas que as formais e genéricas entre conhecidos. Aprende-se muito com este tipo de diálogos. A transparência e a simplicidade acabam por triunfar e acabamos rendidos á confiança.
ResponderEliminarBelo.
Olá para ti, também.
Beijos
SOL
(•ิ‿•ิ)✿
ResponderEliminarMERCI beaucoup chère Olinda pour ta gentille visite sur mon petit blog ce lundi !!!
Je t'envoie de GROS BISOUS d'Asie
Bon lundi !!!!!! ✿✿º°。
Quantas conversas se têm numa paragem de autocarro. Penso que anda por aí muita gente solitária, desejosa de partilhar com alguém as suas memórias.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
~
ResponderEliminar~ ~ ~ O L Á , O L I N D A !!; ))
~ ~ Por mim, todas as manifestações de amizade são bem vindas.
~ ~ Como gostam as senhoras idosas de conversar!
~ ~ Os hospitais são realmente lugares de factos inusitados.
~ ~ Rápido e seguro restabelecimento para a sua cunhada.
~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~
Vim atrasada para o dia do OLÁ, mas, é sempre tempo para lembrar o quão importante é um OLÁ sorridente.Confesso que antigamente nem sempre dizia olá, mas há uns anos que comecei a entender a sua importância e agora ele sai muitas vezes. Quanto ao que aqui nos contas, amiga, de facto são muito interessantes essas conversas e já as tive muitas vezes em salas de espera e mesmo na rua. Mesmo sem conversa, gosto de observar as pessoas e imaginar o que se passa dentro delas. Obrigada, Olinda pela partilha deste teu momento e até breve. Um beijinho e um bom fim de semana.
ResponderEliminarDesculpa o atraso, mas com certeza já viste no meu blog o motivo da minha ausência.
Emília