domingo, 8 de junho de 2014

"Fruta Feia" - a nossa fruta

A nossa maçã, a nossa laranja, a nossa pêra: É assim que a dona de uma loja de bairro, aqui perto de casa, se refere à fruta produzida e colhida por pequenos produtores, nos terrenos circundantes. Dispõe os caixotes à porta e cola neles papéis escritos à mão onde indica os preços que não chegam a um euro. 

Ainda não há muito tempo li que havia pessoas a aproveitar e a canalizar para o consumo fruta produzida fora das regras draconianas da União Europeia, dando-lhe a designação de "Fruta Feia".

Neste site, da cooperativa que entretanto foi criada, a 18 de Novembro de 2013, pode ler-se: Todas as semanas trabalhamos directamente com os produtores, recolhendo nas suas hortas e pomares os produtos pequenos, grandes ou disformes que estes não conseguem escoar e com os quais preparamos cestas de tamanhos diferentes com frutas e hortaliças da época para entregar aos associados da Fruta Feia CRL.




Pois bem, a "Fruta Feia" já é notícia fora de portas. Nos Estados Unidos o The New York Times refere este projecto, um desafia à ditadura de Bruxelas que vai ao ponto de regulamentar o tamanho, a cor e a forma dos alimentos que os cidadãos comem, como bem sabemos. Resultado:desperdício de 89 milhões de toneladas de alimentos. É obra! Será que vi bem?

Refere-se também aqui que Portugal é pioneiro nesta actividade, sendo motivo de inspiração nas Nações Unidas (FAO). Um seu representante declarou à RenascençaSão experiências positivas que devem ser partilhadas a nível mundial para a criação de uma plataforma sólida de combate ao desperdício.

Felizmente, cada dia que passa verifica-se que mais e mais pessoas têm consciência de que é necessário tomar nas mãos as rédeas do próprio destino. O povo é que tem razão: no poupar é que está o ganho. Há mais movimentos neste sentido como, por exemplo, Zero Desperdício e Re-Food que recolhem alimentos em restaurantes, alimentos esses que de outro modo iriam para lixo.

Nós, os leigos, estamos fartos de dizer que é tempo de a União Europeia proceder a uma revisão das suas estratégias. E se tem que começar por algum lado que o faça já em relação à agricultura e às pescas, áreas em que a aplicação de quotas e excessos nas normalizações não parece ter servido os cidadãos europeus. Entretanto, a sociedade civil procura soluções e penso que, com imaginação, lá vai chegando. 

Deixo aqui este slogan e a composição da última cesta: 


Gente bonita come fruta feia
Composição da cesta de 02.06.2014 (Casa Independente) e de 03.06.2014 (Ateneu Comercial de Lisboa):
  • Mirtilo 
  • Pêra-rocha
  • Maçã fuji
  • Alho francês
  • Couve lombardo
  • Cenoura
  • Tomate
  • Agrião (só para cestas grandes)

Desejo-vos um bom domingo.:)


17 comentários:

  1. (^‿^) ❀

    Un bonjour amical chez toi chère Olinda !

    J'aime beaucoup les fruits et les légumes et ta publication me plait énormément !!!! MERCI pour ce partage.

    Je t'envoie de gentilles bises D'ASIE !
    Bon dimanche !!!

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  2. Este sistema parece ser a única forma de alguns agricultores venderem os seus produtos e também os consumidores de comerem produtos frescos e naturais com menos químicos e conservantes.Muitas normas de Bruxelas não se enquadram no nosso sistema e tornam os produtos demasiado caros.
    A comunicação social devia fazer mais publicidade a este assunto que a todos interessa.

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  3. Uma excelente iniciativa.
    Nem sempre a fruta maior e mais bonita é a mais gostosa. Basta provar uma nêspera da Espanha que parecem gigantes junto das nossas e comparar o sabor.
    Por outro lado as leis da UE são feitas em favor dos mais fortes, dai tantas imposições.
    A necessidade aguça o engenho, dizia a minha avó na sua sabedoria popular de mulher do povo.
    Um abraço e bom Domingo

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  4. Muitas vezes a fruta que é muito bonita nem sempre é saborosa ! Estou a lembrar-me por exemplo dos pêssegos, uma fruta de que gosto muito e que me parecem muito bons quando os compro, mas ao saboreá-los é uma desilusão ! Aliás eu por hábito procuro sempre fruta produzida em Portugal, mas a maioria das vezes as bancas estão cheias de fruta vindas de outros Países , principalmente de Espanha , que não são saborosas ! Todos devíamos optar por fruta portuguesa sempre que possível.

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  5. Estas criaturas esticarão ainda e muito mais a corda até ao momento inevitável em que haja uma reacção violenta por parte das pessoas!!

    Quanto mais tarde acontecer, pior será, infelizmente...

    Querida Olinda, bom resto de fim de semana

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  6. eu também como "fruta feia" e entregue em casa

    os mais pequenos, têm uma força com que os grandes não contam


    um abraço

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  7. Lendo sua postagem me veio à mente o grande desperdício que existe no Brasil. E os restaurantes não querem doar as sobras, em perfeito estado, por receio de serem processados no caso de, eventualmente, alguém lhes atribuir algum mal estar decorrente do alimento. De um lado, a fome. De outro, o desperdício. Muito se mostra, com propriedade, tudo que se pode fazer com frutas e legumes consideradas feias, descartadas pelos consumidores. É preciso ter criatividade e bom senso. Bjs.

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  8. Eu lembro-me de ser miúda quando começou a aparecer a "fruta calibrada". Eram maçãs, pêssegos, etc., grandes, brilhantes e metidos em caixas coloridas com cavidades todas iguais, e de como os meus pais me dizem: é mais bonita, mas não tem sabor...
    Beijinhos, boa semana!

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  9. A fruta "feia" tem uma coisa que a outra não tem, a riqueza do sabor! A normalização, coitados dos Bruxelenses, que seríamos nós se todos fossemos iguais na beleza que eles insistem em praticar...certamente a esta hora todos seríamos uns chernes insuflados!

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  10. Querida Olinda
    Deixámos ("alguém" deixou...) que nos pusessem a pata em cima, impondo-nos quotas que nos destruíram - nomeadamente as pescas e a agricultura (mister Cavaco teve muita culpa nisso...). E assim chegámos ao estado em que estamos...

    Todas essas iniciativas são de louvar, embora representem apenas uma gota no oceano das necessidades que temos.

    Desculpa não ter retribuído os teus votos de fim de semana, mas não estive em casa.
    Para compensar... :) desejo-te uma excelente semana.
    Beijinhos

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  11. É uma excelente iniciativa.
    As normas fazem falta (não sou contra, porque elas protegem os consumidores), mas os produtos que estão fora das normas têm que ser consumidos também.
    Em qualquer caso, a fruta que tenho visto nos últimos tempos, pretensamente dentro das normas, já é feia e fraca que chegue. E, no fundo, tenho muitas dúvidas que as normas sejam cumpridas.
    Boa semana, querida amiga Olinda.
    Beijo.

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  12. As coisa boas, não o são pelo seu tamanho. Quando nos "pagaram" para o abandono das Terras, já sabiam a quem dar o bolo.
    Sempre achei excepcional esse contrariar a "lei" (???) que nos é imposta tão só pelos dinheiros que nos sacam para pagamento da (tal) fruta e legumes... GRANDES.



    Beijos



    SOL

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  13. Muito interessante, como sempre, querida Olinda.

    Eu - que nem me acho bonita - ainda como muita fruta feia...

    Beijinho grande

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  14. Isso de ser feia passa a ser relativo depois de sabermos de tantas qualidades...

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  15. Hoje em dia, essa fruta vende-se nas frutarias "low cost". Já a tenho comprado, a muito bom preço e óptima qualidade!
    Beijinhos

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  16. Gosto tanto de fruta feia.

    Até a prefiro.

    Venha ela.

    Beijinhos

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  17. Há um desperdício enorme em todo o lado, amiga e este projecto é importantíssimo. Já tinha ouvido falar dele e é pena que não se veja isso por todo o lado. Sempre me faz muita confusão as perdas nos restaurantes, nas confeitarias, padarias e hipermercados. há tempos foi à loja social onde faço voluntariado uma cigana que me mostrou um saco cheio de fruta que apanhou no contentor de um hiper aqui de Famalicão; ia feliz com fruta variada e muito boa ainda. Penso que agora a mentalidade mudou alguma coisa e esses super mercados já colocam esses excedentes de modo que alguém os leve, mas antes, parece que os inutilizavam com medo que fizessem mal a alguém e fossem responsabilizados.Enfim...as leis também não colaboram para que se evite o desperdício. Às vezes me pergunto o que acontece com todos aqueles bolos que, no fim do dia ainda estão nas confeitarias? Vão para o lixo, de certeza. . É triste ver isso quando sabemos que há tanta gente com fome, amiga! Espero que me desculpes a minha ausência, Olinda, mas ando com obras em casa e muitas vezes nem consigo vir ao computador para não atrapalhar. Para a semana, penso, já estará tudo pronto e poderei assim voltar com as minhas visitas mais frequentes. Entretanto desejo-te uns dias felizes, claros e luminosos e que essa luz ilumine a mente dos seres humanos para que eles continuem a criar iniciativas solidárias e que acabem com tanto desperdício. beijinhos e até sempre
    Emília,

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