A manhã raia. Não: a manhã não raia.
A manhã é uma cousa abstracta, está, não é uma cousa.
Começamos a ver o sol, a esta hora, aqui.
Se o sol matutino dando nas árvores é belo,
É tão belo se chamarmos à manhã «começarmos a ver o sol»
Como o é se lhe chamarmos a manhã;
Por isso não há vantagem em pôr nomes errados às cousas,
Nem mesmo em lhes pôr nomes alguns.
A manhã é uma cousa abstracta, está, não é uma cousa.
Começamos a ver o sol, a esta hora, aqui.
Se o sol matutino dando nas árvores é belo,
É tão belo se chamarmos à manhã «começarmos a ver o sol»
Como o é se lhe chamarmos a manhã;
Por isso não há vantagem em pôr nomes errados às cousas,
Nem mesmo em lhes pôr nomes alguns.
Alberto Caeiro
(F.Pessoa)
In Poemas Inconjuntos - Casa Fernando Pessoa
Pessoa em A. Caeiro, tão concretamente abstrato em tão belo desassossego!
ResponderEliminarSempre belo
Abraço
Desconcertante o 'Alberto Caeiro'
ResponderEliminarBom domingo
Beijo
Querida Olinda:
ResponderEliminarGostei do poema e gosto muito de ver nascer o dia. É a minha melhor hora.
Beijinhos
Maria
A implacável lógica!
ResponderEliminarBjsss
Pessoalmente duvido que o outro Caeiro não desse, muitas, vezes, os nomes... aos bois!
ResponderEliminarabraço.
Quem raia, é o Sol, nas manhãs...
ResponderEliminarEstava certo, o poeta!
Beijinhos, Olinda!
P.S.Vi a sua última postagem,
mas, diante das incompetências de presidentes
(a daqui, prefere ser presidenta), prefiro não
opinar). São parecidos, os governantes, só muda
o país.