este é o abril do nosso descontentamento, abril do imi, do irs, da troika, do adamastor finlandês, mas também é o abril do cheirinho a alecrim do chico buarque, da nossa festa pá, de outros cheirinhos a primavera, deste sol radioso quando não se esconde, como hoje, dum lindo poema dedicado à terra-mãe que eu vi claramente visto no blog www.avançando.blogspot.com, do computador que às vezes encrava e deste meu joelho lesionado que tenho aqui estendido à força de gelo.
por tudo isto e muito mais, eis um poema de valter hugo mãe que nele celebra o outono, mas não faz mal, outono é quando um homem quiser, (desculpe Ary, esta heresia) também ainda não é de tarde, mas sabemos que tudo é muito relativo, dependendo do estado de espírito de cada um:
estou escondido na cor amarga do
fim da tarde. sou castanho e verde no
campo onde um pássaro
caiu.sinto a terra e o orgulho
por ter enlouquecido.produzo o corpo
por dentro e sou igual ao que
vejo.suspiro e levanto vento nas
folhas e frio e eco. peço às nuvens
para crescer.passe o sol por cima
dos meus olhos no momento em que o
outono segue à roda do meu tronco e, assim
que me sinta queimado, leve-me o
sol as cores e reste apenas o odor
intenso e o suave jeito dos ninhos ao
relento.
in:estou escondido na cor amarga
do fim da tarde
valter hugo mãe