Ler O Mundo de Sofia, de Jostein Gaader, é, na verdade, um dos exercícios mentais mais agradáveis que há porque se trata de aprender filosofia de forma lúdica ou de fazer algumas comparações com o que se aprendeu, na escola, através de métodos pouco apelativos e, por vezes, frustrantes. Neste mundo de Jostein Gaarder não há confusão ou necessidade de esclarecimentos à simples menção do nome Sócrates: se é Sócrates o filósofo, Sócrates o nosso inefável prime minister ou Sócrates o jovem talentoso, saxofonista, do Portugal tem talento. Aqui, também temos Aristóteles a defender que o espanto ou a capacidade de nos admirarmos todos os dias com as mesmas coisas é o sal da vida e que todo e qualquer acto do quotidiano, do mais simples ao mais complexo, é política (ciência suprema), pois o homem é um animal social e político por natureza. Assim, está bem de ver que de nada me vale dizer: Ah! Eu não sou política, não gosto de política. Platão, o homem que passou a escrito as ideias do seu mestre, Sócrates, também me dá uma achega quando diz que o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das ideias. O que também me leva à indução, verdadeira ou não, de que tudo o que acontece não passa de ilusão. A filosofia é uma coisa boa e é a disciplina mãe de todas as outras. Pelo menos, era o que se pensava há muitos e muitos séculos. Em todo o caso, para meu governo, é sempre bom recordar e imbuir-me daquele espírito introspectivo, defendido por Sócrates no seu método fundado na ironia, diálogo sui generis, e consubstanciado na máxima: conhece-te a ti mesmo.
Muito bem! Se procurarmos conhecermos a nós mesmos podemos evitar muitos passos mal dados.
ResponderEliminarBjins
Olá, Fa
ResponderEliminarÉ muito bom vê-la por aqui.
Bjos
Olinda
Boa tarde, Olinda!
ResponderEliminar"O Mundo de Sofia" é um livro que li e gostei.Ele funciona como uma espécie de romance e guia básico de filosofia.
Sugiro do mesmo autor - Jostei Gaarden a leitura do livro "Mistérios de Natal".
É simplesmente fascinante.
Beijo,
Mara
Olá, Mara
ResponderEliminarMuito obrigada pela sugestão e pode crer que será a minha próxima leitura.
Beijinhos
Olinda
Se nós nos conhecermos, se tomarmos consciência dos nossos qualidades e defeitos, para além de podermos melhor o nosso lado menos bom, também mais facilmente iremos compreender os que nos rodeiam.
ResponderEliminarTenha um maravilhoso fim de semana
Beijinhos
MAria
Boa tarde, Olinda :)
ResponderEliminarLi este livro há imenso tempo atrás, ainda era um bocadito "nova" demais para este tipo de leitura, e não soube tirar o máximo partido do conteúdo da obra =/ Vou voltar a lê-lo brevemente, agora com mais cabecinha! =)
Passe pelo meu blog quando puder, tenho lá uma surpresa para si! Espero que goste :))
Beijinho,
Mariana
É uma grande verdade, Maria.Um excelente fim de semana também para si e para toda a família.
ResponderEliminarBeijinhos
Olinda
Boa tarde, querida Mariana
ResponderEliminarQue saudades! Por onde tem andado? Vou passar sim pelo seu blog e ver as novidades.Volte sempre.
Beijinhos
Olinda
Esperando que o blog da Olinda não seja exclusivamente femenino, atrevo-me a comentar;´
ResponderEliminarAceito plenamente a necessidade de nos conhecermos, como aconselhou o grande mestre da filosofia mas - em minha opinião - não devemos limitar esse conhecimento ao nosso interior, à nossa parte metafísica.
Penso até, que antes de tentarmos conhecer-nos interiormente, precisamos de conhecer (entender) o nosso exterior; a nossa parte física, material, molecular, conceptual.
Sabemos que, tudo aquilo que existe, é constuído por duas partes, podemos até, dando um passo um pouco mais comprido que a perna, tomarmos como verdadeiro, que todos os corpos se constituem de uma parte positiva e outra negativa, ou, de uma parte activa, e outra passiva.
Se nos colocarmos despidos, em frente a um espelho, verificamos sem dificuldade que o nossos corpo físico é constituído por duas partes. É como se alguem possuísse dois moldes, um de cada metade do corpo e na altura da concepção, os fundisse.
Se observarmos com atenção, percebemos que temos dois olhos, um de cada lado da face. Esta evidÊncia, basta para que nos interroguemos: mas porquê 2, não bastaria 1? Se taparmos um dos olhos, conseguimos ver o mesmo que vemos com os dois... Mas, antes de repararmos nos olhos, sabemos que o nosso cérebro se constitui também por duas partes. E porque não uma só? Os ouvidos, a boca, a língua, as amígdalas, os pulmões, os rins, dois braços, duas pernas, o coração. Tudo o que constitui o nosso corpo e ele, em si mesmo, se constitui por duas partes, que no entanto, funcionam em separado, mas que, constituem uma peça única.
Então, podemos intuír, que cada um de nós, é uma trindade, que cada um de nós, é afinal 3, que resultam melhor, se unos.
;)
Seja bem-vindo, Bartolomeu, ao meu reduto de seda.
ResponderEliminarNa verdade somos constituídos por duas partes, uma material e outra espiritual ainda que os filósofos não tenham chegado a acordo sobre como designar isso: anima, numen...Concordo quando diz que temos uma parte positiva e outra negativa. Parto da premissa de que a parte positiva se encontra na alma.Nesse caso, onde estaria a parte negativa, o nosso lado lunar, como diz o Rui Veloso naquela sua canção?Estará exclusivamente ao nível do cérebro que ao fim e ao cabo está incrustado na nossa parte física? Ou tudo se passará numa conjugação da anima e do corpo físico? Talvez assim se justifiquem as nossas perturbações psicossomáticas.Platão deu conta de que o dualismo corpo-alma apresentava dificuldades e lá procurou resolvê-las.Outros também tentaram fazê-lo.
Não há dúvida que o nosso corpo tem o lado direito e o lado esquerdo, o lado sinistro como dizem os italianos.E surgiu-me a questão:Sim, porquê dois órgãos iguais ou idênticos, um de cada lado? Leonardo da Vinci estabeleceu bem essa simetria no seu desenho do homem vitruviano, considerado o cânone das proporções.Talvez seja mesmo isso.Se pensarmos que tudo no universo obedece a princípios matemáticos então teríamos que: o homem enquadra-se nesses princípios, logo
a sua inclusão nessas proporções é completamente lógico.
E também concordo que não somos só dois.Eu iria mais longe.Somos vários.Fernando Pessoa demonstrou-o no seu esquema de heterónimos.
E mais,declaro este meu exercício totalmente ilógico e inconsequente... ;)
Gostei muito do seu comentário.
Volte sempre.
Um abraço
Olinda
O prazer, é sempre de quem é escutado e... entendido.
ResponderEliminar;)
Pois refere muito bem - a meu ver - a regra da porporcionalidade universal, ou seja; a regra de phi, ou dos terços, essa mesma que é encontrada em tudo o que existe.
«Tudo o que está em baixo, é igual ao que está em cima» Einstein provou-o matemáticamente e Leonardo coloco-o planisféricamente, mas... será que Leonardo mostrou tudo?!
Saramago tentou levantar um pouco o véu e, no seu "Memorial do Convento" colocou Blimunda e Sete-Sois de frasco na mão a colectar as vontades que se soltavam daqueles que morriam vítimas da peste. E para que serviam essas vontades?! Para colocar dentro de duas enormes esferas, para que fossem atraídas por discos de âmbar, que por sua vez seriam atraídos pelo sol e, levaríam a passarola do padre Bartolomeu, a reboque.
Diz bem, Olinda. Não somos somente um, mas sim vários, todos em permanente atracção e repulsão mútua. Tal como as marés e o seu movimento fluxo e refluxo. Tal como a Lua, tal como...
;)
Olá, Olinda!
ResponderEliminar"Conhece-te a ti mesmo." Na verdade, se não nos conhecermos e compreendermos a nós próprios, como poderemos conhecer e compreender o próximo? E como poderão os outros conhecer-nos, se, ao não nos conhecermos a nós próprios, agimos sem convicção nenhuma?
Um beijo.
Olá, Isabel
ResponderEliminarSim. Acredito que,se tomarmos consciência dos nossos defeitos e qualidades e procurarmos limar esta ou outra aresta é meio caminho andado para gostarmos dos outros.
Bom dia de poesia e de sol primaveril.
Um beijo.
Olinda
Olá, Bartolomeu
ResponderEliminarBlimunda é das figuras mais perturbadoras do mundo de metáforas e alegorias de Saramago, com aquela capacidade de descobrir dentro dos outros o mal que dá cabo da vida;e da congregação de vontades vitais para deslocar algo físico. Blimunda sete-luas e Baltasar sete-sóis...Dá que pensar.
Um abraço
Olinda