Este é o ano do 49º Aniversário da Revolução de Abril de 1974. E, neste ano, resolvi ir à procura da canção que serviu de primeira senha ao arranque das tropas comandadas por aqueles que ficaram conhecidos como "Capitães de Abril".
Segundo li, esta canção por não ter pendor político não chamaria a atenção da PIDE, embora posteriormente se tente encontrar outras explicações. Acabadinha de ganhar o XI Festival da Canção da RTP, a 07/03/74, portanto muito em voga e no ouvido.
A segunda senha para a movimentação foi, como sabemos, "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso.
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz
Em silêncio, amor
Em tristeza enfim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós
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AUTORES
José Niza/Letra
José Calvário/Música
Onde estaríamos nós nessa altura? Muita água já correu debaixo da ponte. Uma eternidade. Até parece que sempre vivemos em Liberdade. Mas não, houve tempo em que ela andou arredada das nossas vidas.
Por isso, é bom que a amemos e a valorizemos.
E que nunca mais tenhamos de ouvir comunicados como o que se segue:
“Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma”. Foi com este texto, lido aos microfones do Rádio Clube Português pelo locutor de serviço Joaquim Furtado, que às 4 da manhã do dia 25 de abril de 1974 o povo português tomava conhecimento de que uma revolução estava em marcha, e que a ditadura do Estado Novo terminava. (...)"
Grande abraço,
Olinda
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Imagem:Net
A canção - autores, intérprete: aqui
Linda homenagem à data que está quase a chegar! beijos, chica e ótima semana!
ResponderEliminarTudo o que aconteceu no dia 25 de abril de 1974 foi como um milagre que não volta a repetir-se. Fico sempre extremamente sensibilizada com tudo o que se passou nesse dia.
ResponderEliminarTudo de bom minha Amiga Olinda.
Um beijo.
Uma homenagem a que me associo. Estive lá.
ResponderEliminarUm abraço.
Foi a senha da revolução de Abril e não ,,,Grândola Vila Morena ... como muita gente pensa que foi.
ResponderEliminar.
Saudações poéticas...semana feliz.
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Poema: “” Como a flor que vive sozinha ””…
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Olá, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarComemorar e valorizar a Liberdade é indispensável.
A letra é linda: Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi...
Vamos comemorar a festa de vocês, unidas pelo coração de País irmão.
Tenha um Dia abençoado e feliz!
Beijinhos com perfume de cravos vermelhos
Parece que foi ontem, como o tempo passa.
ResponderEliminarViva o 25 de Abril, sempre.
Boa semana, amiga Olinda.
Beijo.
Com conotação política ou não, continua a ser uma bela canção e que nos lembra sempre essa luta pela Liberdade.
ResponderEliminarAbraço e Viva o 25 de Abril
Uma publicação muito interessante e importante. Adorei :))
ResponderEliminar.
Coisas de uma Vida
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Beijos, boa noite!
Um dos melhores poemas musicados da nossa cultura.
ResponderEliminarBeijinhos
Bella canción y lindo homenaje. Te mando un beso.
ResponderEliminarO ter acontecido o 25 de Abril de 1974, a sua origem, as suas causas e efeitos futuros, a liberdade para as pessoas, a revolução, os cravos, devia ser "cadeira" obrigatória em todas as escolas e faculdades de Portugal.
ResponderEliminarTexto e Poema alusivos ao 25 de Abril que amei ler.
Feliz terça feira
ilusões em poesia intima- - - poesia sem vernáculo
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Concordo plenamente, Mariete.
EliminarO que se verifica é que nos programas relacionados com a História de Portugal, os anos lectivos chegam ao fim sem se abordar ao menos a Primeira República, quando não a Implantação da República que, como sabemos, nos trouxe tantos benefícios.
O resultado é essa ignorância atroz que perpassa de forma transversal pela população, quando se fala da História recente.
Seja bem-vinda.
Abraço
Olinda
Data histórica que sempre será lembrada. Seu texto faz-nos recordar para que fique registrado mais vezes .E que cravos floresçam ,Olinda .
ResponderEliminarUm abraço e bom feriado.
Sempre emociona, quanta felicidade desperdiçada!
ResponderEliminarMas a perda da liberdade sempre é sofrimento de um povo não tem explicação.
Um abraço aos irmãos portugueses!
Viva 25 de abril!
Beijos, amiga Olinda.
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarMagnífica evocação do 25 de Abril de 1974!
Que a Liberdade não deixe jamais de estar presente no nosso lindo Portugal.
Foi um dia inolvidável, que sem saber o que se estava a passar, estive no Largo do Carmo, na manhã desse dia memorável!.
Um beijinho e ótimo feriado.
Ailime
Querida Olinda, como bem sabes, naquele tempo as informações não nos entravam casa adentro como hoje e as que tinhamos eram censuradas. Quando se deu o golpe de estado, eu e a agora minha cunhada estudavamos no Porto, hospedadas na casa de uma senhora, casada com um major. Nem imaginavamos que algo se passava e só de manhã, quando nos preparavamos para sair para as aulas, fomos avisadas do que tinha acontecido. Claro que a senhora deveria estar a par de alguma coisa, mas nunca nos deu a entender que soubesse. Tinha o meu irmão na Guiné e também o que , hoje, é meu marido e estavam já em fim de missão e para nós, minha cunhada e eu, o significado desse feliz acontecimento era tê-los de volta e ver essa maldita guerra terminada. Eramos duas jovens de aldeia e o significado de ditadura ou democracia pouco interessava, pois não nos metiamos em politica e os nossos pais precisavam de trabalhar muito e também faziam o mesmo. Como já disse várias vezes, o meu pai era taxista de aldeia, numa época em que quase ninguém tinha carro e ia muitas vezes a Lisboa com pais de soldados mortos nas provincias ultramarinas. Eram eles que tinham de buscar os corpos, pois o governo não se dava ao trabalho de os entregar às familias, em suas casas. Viviamos aterrados que um dia tivessemos de ir buscar o meu irmão. Felizmente correu tudo bem, ele e o meu marido voltaram com saúde, sem qualquer trauma, pois nunca consideraram que a guerra fosse deles e sempre respeitaram o " inimigo ", evitando o mais que puderam o uso das armas que carregavam; Imagina que fizeram bons amigos lá que se encontram até hoje e sentem muita pena que a Guiné esteja tão desprezada, pior do que quando lá estiveram, Afinal, Olinda, aquela guerra era entre irmãos , portugueses de um lado, a lutar contra portugueses do outro. Quando souberam o que tinha acontecedido, depuseram as armas e festejaram todos juntos. Podemos não ter uma democracia perfeita ( perfeição não existe...) mas , pelo menos a guerra acabou e já não vemos os nossos jovens a morrerem por uma causa sem sentido, aliás, nenhuma guerra faz sentido. Amiga, gostei muito do post e também da música " e depois do adeus " Foi um adeus a um sistema politico que não podemos deixar que volte. Beijinhos e obrigada, Amiga! Desculpa a ausência, mas, quando se é vovó, nem sempre o tempo sobra. Saúde para todos aí em casa
ResponderEliminarEmilia
Coloquei-a no Facebook no dia 24 à noite.
ResponderEliminarFoi a 1a senha e ninguém desconfiou.
Vivi um belo 25 de Abril ontem.
Abraço
Passei para ver as novidades.
ResponderEliminarAproveito para lhe desejar um bom fim de semana.
Beijo.
Olá, amiga Olinda, aplausos para essa magnífica postagem, texto
ResponderEliminare letra da música que falam bem de perto sobre essa data, que os portugueses, certamente não esquecerão. O bom mesmo é que o nosso querido Portugal está bem vivo para os portugueses e para os demais povos de língua portuguesa.
Viva a liberdade!
Grande abraço, saúde e paz, amiga.
O que está atrás de uma canção é uma infinidade de sentimentos. Lembremos que neste tempo talvez um ano atrás o Chico compunha Fado Tropical e tinha uma ligação forte com Portugal estávamos todos sob um regime opressor e ainda tivemos que esperar um pouco longo tempo a mais 10 anos com uma Diretas Já.
ResponderEliminarUma data que deve ser sempre lembrada e comemorada Olinda e deve ensinar aos jovens a sua importância.
Que nunca mais a ditadura aflore.
Abraços amiga.
Que grande momento este, que aqui partilha!
ResponderEliminarSendo senha ou não, para mim , " E depois do Adeus" será sempre uma das mais bonitas canções de amor.
Grândola será sempre imortal na voz do nosso Zeca.
Temos de estar atentos, é preciso não esquecer o que era antes do 25 de Abril 1974.
Deixo abraço com o desejo de 25 de Abril , sempre ****
Uma belíssima homenagem ao esprito de Abril, nas suas formidáveis escolhas, Olinda!
ResponderEliminarQuanto à liberdade... é como a flor de Abril... temos de zelar por ela, para a ir mantendo... vivemos tempos, em que todas as contestações, parecem enveredar, para o radicalismo marcar pontos... num déjà vu, como há um século atrás, também à saída de uma pandemia...
Ainda hoje é profundamente arrepiante este tema, na soberba voz de Paulo de Carvalho!
Foi bonita, por aqui, a festa! Bem mais do que na Assembleia... com tantas gaffes políticas e diplomáticas...
Beijinhos
Ana