talvez te encontre um dia
tarde, de noite, demais,
rodeado de livros e de rugas
escritas uma a uma sangue a sangue.
talvez eu chore, talvez tu.
seja qual for, terá valido a pena
de pato, ainda plantada
na asa ou já gasta de escrever.
virei nu.
hei-de atirar-te
à cara essa nudez
que trago sempre no fundo
e me tem saído
caro.
caro com um beijo.
à cara como um beijo
depois.
Manuel Cintra
1956-2020
Manuel Cintra, foi tradutor, jornalista, ator e encenador, sendo, no entanto, a poesia "a sua incontornável e apaixonada estrada"...
Começou a publicar poesia em 1981, com o livro "Do Lado de Dentro", na Editorial Presença, a que se seguiram mais de duas dezenas de obras.
"Tangerina" (1990), "Borboleta" (2006), "Alçapão" (2009), "Marie" (2009), "Receber a Poeira" (2014), "Parto" (2014), "Peixa" (2016) são algumas das que publicou. A editora Guilhotina publicou "Manobra Incompleta" em 2017, reunindo toda a poesia de Manuel Cintra. aqui
=====Poema - aqui
imagem : daqui
Querida Olinda
ResponderEliminarApesar de conhecer bastantes poemas de Manuel Cintra não conhecia este...
Gostei imenso! É, de facto, um poeta com muita qualidade. Gosto muito.
De Jorge Palma também gosto imenso. Tem canções lindíssimas, e esta está entre elas...
Sem dúvida nós temos excelentes cantores, compositores, intérpretes... e muitas vezes não lhes damos o devido valor. Repara que a maior parte da música que se ouve na rádio é estrangeira; a portuguesa é sempre relegada para segundo plano... Tristeza!!!
Minha querida, eu espero e desejo, de coração, que tudo esteja bem contigo e a tua família, e que todos consigam vencer os momentos complicados que estamos vivendo. Se Deus quiser, tudo será ultrapassado e poderemos, em breve, voltar à normalidade.
Um abraço apertado e...
Votos de um Domingo feliz
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Super poético
ResponderEliminar.
Votos de um domingo feliz
Cumprimentos poéticos
Muito lindo o poema e a canção! Belo post,mais uma vez! Ótimo domingo! bjs, chica
ResponderEliminarEste talvez faz-nos entrar num tempo poético!
ResponderEliminarAbraço
"caro com um beijo.
ResponderEliminarà cara como um beijo
depois..."
que melhor "depois", depois da "cara nudez",
atirada â cara?
adorei,
beijo, amiga Olinda
(a Estrela do Mar, com saudades da Terra,
é um "must" encantador... parabéns ao autor)
"... virei nu.
ResponderEliminarhei-de atirar-te
à cara essa nudez
que trago sempre no fundo
e me tem saído
caro."
Muitas vezes o amor é mágoa, como neste poema de Manuel Cintra. Poderia destacar outros versos. Gosto de todos. E das canções de Jorge Palma também. Esta nem a conhecia.
Belo "post", querida Olinda!
Beijos.
Um poema fantástico, como sempre aqui leio!
ResponderEliminar-
Preciso olhar nos olhos de alguém
Beijos.
Boa noite. :)
Linda poesia, meus parabéns.
ResponderEliminarArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Boa noite de domingo, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarHoje é a segunda música que escuto do cantor. Muito bonita a sua.
Quanto ao poema, para que não vivamos de talvez e de lágrimas num depois, é bom que nos doemos irestritamente...
Um poema bem real e reflexivo. Não conhecia o autor.
Muito obrigada pela partilha tanto do som como do poema, amiga.
Tenha uma nova semana abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Boa noite querida Olinda,
ResponderEliminarNão conhecia o trabalho poético do autor, gostei desse versar, excelência em qualidade poética.
Destaco>>>
"talvez te encontre um dia
tarde, de noite, demais,
rodeado de livros e de rugas
escritas uma a uma sangue a sangue."
Grata pela partilha.
Boa semana !
"virei nu.
ResponderEliminarhei-de atirar-te
à cara essa nudez
que trago sempre no fundo
e me tem saído
caro." Manuel Cintra lindíssimo! Hei-de procurar algum livro deste autor que não faz parte da minha estante de poesia.
Foi muito bom ouvir Jorge Palma.
Uma boa semana com muita saúde minha Amiga Olinda.
Um beijo.
Cedo partiu o Poeta! E que poeta!
ResponderEliminarMuito bom ver a poesia divulgada aqui.
Beijinho
"talvez te encontre um dia
ResponderEliminartarde, de noite, demais,
rodeado de livros e de rugas
escritas uma a uma sangue a sangue."
Assim o poeta Manuel Cintra abre o seu belo poema.
Minha amiga Olinda, graças a tua postagem fiquei conhecendo o poeta e este seu poema.
Parabéns também pela belíssima imagem.
Agradeço pela ótima partilha.
Uma ótima semana Olinda, com os cuidados com a saúde. Beijo. Pedro