quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O Trato






Era assim meu afecto
e assim é que o conservo;
maduro na lembrança
e secreto e severo.
Não o pus (minha boca
altiva) em gesto ou voz;
meu sol no entanto era
muito mais sol.
Não o soubeste, e agora
se sabes, não te dói.
Se sabes, não te move,
dizes, e em ti não passou.
Não importa; do trato
não fui eu quem faltou.
Meu caminho foi feito;
ai de quem não amou.


in "Noite Afora"


Renata Pallottini
(São Paulo, 20 de janeiro de 1931) é uma dramaturga, ensaísta, poetisa e tradutora brasileira
. Apesar de intensa atividade no teatro, na TV, como professora e em atividades administrativas ou políticas, é na poesia que Renata Pallottini encontra seu chão mais rico e fecundo. Todas as outras formas em que se tem debruçado levam a marca inconfundível do poético, o que a caracteriza e diferencia como criadora.
aqui


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Poema e imagem : daqui

5 comentários:

  1. Que bom ver essa extraordinária poeta aqui no seu blog e muito bem apresentada! Gosto muito de sua poesia cheia de sentimentos que até nos identificamos.
    Um beijo, querida Olinda, dias felizes pela frente.

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  2. Exteriorizar o amor nem sempre é fácil!

    Abraço

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  3. Bom dia:- Ai de quem não amor. Este verso classifico este belo poema. Amar é, talvez, a maior razão para se viver.
    .
    ............. POEMA ..............
    ^^^ Mulher em pétalas de amor ^^^
    .
    Que a felicidade resida em seu coração.

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  4. Não conhecia a poetisa.
    E gostei imenso do poema. Obrigado pela partilha.
    Olinda, continuação de boa semana.
    Beijo.

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