a árvore nova
No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
se reflete
como a espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolvo
menos como quem canta
do que planta
(1930-2016)
Quem visita o Xaile de Seda há algum tempo terá encontrado aqui Ferreira Gullar em alguns poemas, nomeadamente, Traduzir-se e Não há Vagas.
Pois, meus amigos, hoje, traduzindo um pouco o meu estado de espírito, pensei em publicar Traduzir-se mas vi que já o tinha feito. Deixo o link, caso o queiram reler.
Mas ainda bem, pois o poema que ora publico, Meu povo, meu poema, transcende-nos e vai buscar todo um sentimento de crescimento comum e de pertença. E ouso pensar que o momento que atravessamos, em que decisões importantes nos serão imputadas, requer reflexão em função das obrigações que nos cabem como eleitores dos nossos representantes. O nosso Leviathan.
Lindo poema de Ferreira Gullar, cheio de sentimento...beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarOlá, querida Chica
EliminarFerreira Gullar com os seus poemas tão ao nosso jeito, não é verdade?
Beijo
Olinda
Como diz o padre Mário de Oliveira, o que me parece é que estamos numa partidocracia e não uma democracia, por isso, a mim, parece-me que o povo anda muito arredado da política. Vai daí tanta abstenção.
ResponderEliminarCara Olinda, o poema respira comunidade e sentimentos de pertença. Gostei muito! Como gosto de todos os seus posts, embora não ande a comentar ultimamente.
Continue assim a brindar-nos com textos belíssimos.
Abraço.
Lua Azul
EliminarTão bom vê-la aqui no Xaile de Seda.
Muito obrigada pelo seu apreço.
Beijo
Olinda
Excelente escolha. Parabéns. Adorei :))
ResponderEliminarHoje:-Cumplicidade mutua do nosso sentimento. |Poetizando e Encantando|
Bjos
Votos de um óptimo Fim-de-tarde
EliminarObrigada, minha amiga Larissa
Sempre querida a sua presença
aqui no Xaile.
Beijo
Olinda
Mais um poema muito belo deste autor maranhense.
ResponderEliminarPara descontrair, tenho tango e sei que a Olinda
aprecia o espetáculo.
Dias bons
O meu terno abraço.
~~~~~~~
Olá, Majo
EliminarSempre a surpreender-me, minha amiga.
Sim, gosto muito de tango: nos salões, nos palcos, nas ruas,
como lhe referi no meu comentário do post.
Muito obrigada por me vir dizer. :)
Bom fim de semana.
Beijo
Olinda
...ao post...
EliminarOlinda querida, Ferreira Gullar sem dúvida é um dos poetas que figuram na minha lista do coração, arrebatando um prêmio Camões.
ResponderEliminarBelo poema, sem dúvida. É um poeta que cala fundo na gente, nas muitas entrevistas que vi e continuo a ver e no seus inúmeros poemas, ressaltando o belo 'Traduzir-se'. Como crítico de arte também se fez muito bem e com algumas obras suas bem criativas. Infelizmente nos deixou em 2016.
Deixo o poema Extravio pra você, tenho certeza que vais gostar.
Um beijo, querida, bom fim de semana.
https://taisluso.blogspot.com/2018/03/extravio-ferreira-gullar.html
Querida Taís
EliminarComo vê fui ao seu blog buscar o belo poema de Ferreira Gullar.
Um dia publicá-lo-ei, com referências ao seu. :)
Beijos.
EXTRAVIO
Onde começo, onde acabo,
se o que está fora está dentro
como num círculo cuja
periferia é o centro?
Estou disperso nas coisas,
nas pessoas, nas gavetas:
de repente encontro ali
partes de mim: risos, vértebras.
Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino,
que sou eu mesmo, a chamar-me.
Extraviei-me no tempo.
Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigos
que já não ouvem nem falam.
Estou disperso nos vivos,
em seu corpo, em seu olfato,
onde durmo feito aroma
ou voz que também não fala.
Ah, ser somente o presente:
esta manhã, esta sala.
Ferreira Gullar
Eu sabia que você iria gostar, fico muito feliz.
EliminarBeijo, querida.
Olá, querida Olinda!
ResponderEliminarAmei este poema, de um poeta que, lamentavelmente, desconhecia.
Gostei tanto, tanto, que fui de imediato ler os outros dois que compartilhas no Xaile. Ambos, belíssimos!
Não há dúvida, o teu Xaile, ensina, encanta e acalenta.
Beijo, calma, feliz fim-de-semana.
Querida Teresa
EliminarVejo que já voltaste das férias.
Espero que tenhas descansado.
Irei ver como elas se desenrolaram.
Bom fim de semana, com chuvinha :)
Beijo
Olinda
Gosto da poesia deste poeta e este poema não foge à regra.
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
Olinda, um bom fim de semana.
Beijo.
EliminarMuito obrigada, amigo Jaime.
Sempre apreciada a sua presença aqui no Xaile.
Abraço
Olinda
Um poema lapidar, minha amiga Olinda! que deveria ser legenda ou estrela polar no universo dos poetas (por mim falo) da actualidade, que demasiadas vezes se enredam em "angústias existenciais" e metafísicas.
ResponderEliminarli também os poemas para que remete - o poema "Traduzir-se" é verdadeira expressão de "modernidade" e da multi-polaridade das consciências mais sensíveis.
grato por ter chamado a atenção para um poeta tão fecundo.
hoje, amiga Olinda, trouxe-nos verdadeira poesia "para comer"...
abraço
EliminarAmigo Manuel Veiga
Realmente, um alimento para a alma, servido com simplicidade e amor numa aproximação extraordinária com o leitor.
Excelente a leitura que faz deste Poeta e da sua Poesia.
Muito obrigada.
Abraço.
Olinda
É muito bonito!
ResponderEliminarO povo é um poema que muitos poderosos se esquecem de ler e decifrar.
Bom fim-de-semana!
Beijinhos.
EliminarBom dia, Fá
Nem mais...
Preocupados com o seu próprio mundo, o povo acaba por ser relegado para segundo.
Beijo
Olinda
Eliminar...segundo plano...
Deixo o meu aplauso a Ferreira Gullar. Seus poemas medram no campo com a arte e o labor do povo. E o povo e a terra são o poema primordial. É curioso que na passada segunda -feira estive na biblioteca de Gaia e Rui Spranger disse "Não há vagas". É, também, um poema que abala.
ResponderEliminarQuerida Olinda, foi muito bom encontrar no "Xaile de Seda" um autor que me agrada tanto.
Beijos.
Querida Teresa
EliminarComentário belíssimo.
"Seus poemas medram no campo com a arte e o labor do povo".
Sim, "Não há vagas" é um poema que mexe connosco.
Beijinhos
Olinda
Verdadeiro, real, perceptível, aconselhador...
ResponderEliminarUma excelência de Poema que não pode nem deve ser calada no segredo to tempo.
Uma escolha excelente, Amiga.Parabéns.
Beijo
SOL
Olá, Sol da Esteva
EliminarFelizes palavras com que fala deste Poeta e deste poema.
Gostei muito, meu amigo.
Abraço
Olinda
"Meu povo em meu poema
ResponderEliminarse reflete
como a espiga se funde em terra fértil"
É realmente como diz, minha Amiga Olinda, o Poeta Ferreira Gullar oferece-nos um "sentimento de crescimento comum e de pertença". Gosto muito de ler este poeta. Um bom fim de semana.
Um beijo.
Querida Graça
EliminarE assim o Poeta nos coloca perante nós mesmos e fala-nos daquilo que realmente falta fazer.
Obrigada pelo seu comentário, minha amiga.
Beijo
Olinda
Ferreira Gullar é um daqueles poetas que assume tudo por inteiro , traduz-se numa espécie de inquietação entre o "eu" e o "outro" , numa lâmina transparente onde o povo é sempre o elo mais fraco, mas indispensável.
ResponderEliminarOportuno este soberbo poema, querida amiga Olinda, numa época a que assistimos a tantas incongruências inqualificáveis.
Abraço!
.
Sobre o link, comigo funcionou embora só na segunda vez.
Irei colocar outro, mais para quem morar fora do país, segundo o Editor. Obrigada
Eliminar"O povo é sempre o elo mais fraco, mas indispensável".
Tão bem dito, Manuela.
Beijo
Olinda
Olá, estimada amiga!
ResponderEliminarNeste blogue "espalha-se" cultura, humanismo e bom senso.
Conheço algumas poetas deste mestre das palavras e este não é exceção. É um poeta de intervenção, se assim lhe quisermos chamar.
Somos todos povo, pois o tempo das classes sociais, da hierarquia social, já lá vai, pelo menos por cá, embora haja clero e nobreza, direta ou indiretamente, mas infelizmente continuamos falsos, divididos e chegadinhos a quem é da nossa cor, política, sobretudo, o que considero um erro crasso, mas … somos imperfeitos e tendenciosos por natureza.
O dia 06 de outubro está próximo e que cada um vote em consciência e de forma livre. E a isso eu chamo POVO.
Beijos e bom domingo.
Retificando: "Conheço alguns POEMAS deste mestre…"
ResponderEliminarQuerida Céu
EliminarImperfeitos como só nós, é verdade. Temos alguma dificuldade em discernir e decidir o caminho a seguir, ainda que por vezes alguma luz se insinue no nosso espírito. Então, quando é assim, até somos capazes de grandes actos.
Muito obrigada, minha amiga. Sempre um prazer recebê-la aqui no Xaile de Seda.
Beijinhos
Olinda
Bom dia de paz de Primavera no coração ainda que Outono seja aí, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarLevmaos conosco na poesia nosso povo amado do coração, certamente!
Você sabe escolher belos poetas e poemas com conteúdo muito relevantes.
Tem carinho para nossa querida Lourdes e você aqui:
https://espiritual-marazul.blogspot.com/2019/09/amorosa-homenagem.html#comment-form
Tenha uma noite abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Querida Roselia
EliminarO Brasil tem autores extraordinários que amam prestigiam a Língua Portuguesa. Adoro perder-me nas suas obras, as quais nos trazem sempre páginas de grande talento.
Gostei muito da sua visita e comentário.
Beijo
Olinda