quinta-feira, 27 de abril de 2017

Conquista




Livre não sou, que nem a própria vida 
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.

Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!

in 'Cântico do Homem'


(1907-1995)


A liberdade, uma conquista de todos os dias. Existem grilhões impensáveis. Importante "é quebrar dia a dia um grilhão da corrente".

Meus amigos, estarei ausente durante alguns dias. Vou para um sítio, fora do país, aonde nesta altura talvez não devesse ir. Mas, é condição essencial do ser que se quer livre arrostar alguns perigos, conscientemente, quando necessário.

Então, até um dia destes. E sejam felizes por cá.

Abraço.

Olinda


====

Poema: Citador
Imagem: Net

10 comentários:

  1. Miguel Torga define magistralmente , neste poema, o conceito de liberdade, como condição natural ao homem e o ser livre, enquanto sujeito, perante tantas circunstâncias que o rodeiam e a escolhas que faz perante elas. Excelente escolha para "justificar" a tua tomada de decisão.
    Que tudo corra muito bem, Olinda.
    Bjinho

    ResponderEliminar
  2. Olinda, pois boa viagem e com boas recordações!!!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. °.♪♫╮
    Boa viagem! Seja feliz!!!

    Bom fim de semana com tudo de bom!
    Beijinhos.
    ╰⊰✿⊰ه° ·.

    ResponderEliminar
  4. Que os teus passos te sejam favoráveis, Amiga.
    Que a "Conquista" de Torga seja Guia entre os Homens que sabem deste nobre conceito.

    Beijo
    SOL

    ResponderEliminar
  5. Cuide-se querida amiga, até a volta!

    Beijo!

    ResponderEliminar
  6. Querida Olinda
    Estive doente, sim, com MAIS UMA infecção pulmonar.
    Felizmente o maior perigo passou e agora, se não estou a 100%... para lá caminho. Vou recuperando...

    Adoro Miguel Torga! Neste lindo poema ele mostra-nos o que é a verdadeira Liberdade, aquela que não nos pode jamais ser retirada, já que reside no nosso próprio interior.

    Desejo que a tua ausência te seja benéfica e regresses depressa e bem...
    Tudo de bom, minha querida.

    Votos de um Domingo feliz
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

    ResponderEliminar
  7. Livre não sou nem sou prisioneiro
    Se me encastelo dentro em mim sozinho
    Sem aceitar nem luz do meu vizinho
    Serei de mim o próprio cativeiro.

    Ser livre é ter ideia de ideal primeiro
    Para traçar seu rumo e o seu caminho
    E mesmo só não se sentir sozinho
    Por ser no meio parte do inteiro

    Miguel Torga foi grande e seu poema
    Acusa a liberdade como um tema
    Imaginário de um pobre menino

    Que vê a vida sempre qual dilema
    Da obediência ou rebeldia extrema
    Preso à inocência do próprio destino

    Grande abraço. Laerte.

    ResponderEliminar
  8. Nunca é demais lembrar o quão importante é libertarmo-nos dos grilhões que nos atormentam.
    Belo poema de Torga e belas palavras suas, inspiradoras!
    Que a ausência seja benéfica, bom descanso, se for assim o caso.
    Beijinhos :*

    ResponderEliminar
  9. Sei este poema de cor porque me identifico imenso com ele. Gostei tanto de o encontrar aqui.
    Uma boa semana.
    Uma beijo.

    ResponderEliminar
  10. Olá, estimada Olinda!

    Torga, sempre Torga. Os transmontanos têm um caráter mto especial, "rude" até e "mais vale quebrar k torcer", dizem!

    O poema é lindíssimo e quem é k não gosta de liberdade consciente?

    Talvez, Paris. Sans problèmes, ma chérie amie. Marine ne va pas ganher.

    Beijinhos e dias luminosos.

    ResponderEliminar