terça-feira, 6 de setembro de 2016

sol, praia, mar e...iodo

Este ano ainda não falei de praia, sol e mar. E o Verão já está quase no fim. Ainda temos dias bem quentes (como hoje) e mais hão-de vir. Pelo menos, assim o desejo. Contudo, ou muito me engano ou já se sente no ar fresco da manhã um cheirinho diferente, prenúncio do Outono. 

Como vêem associei, no título, sol, praia e mar ao iodo. E porquê? Porque sempre que oiço falar em iodo penso logo em sol, praia e mar e que é em contacto com eles que poderei suprir as minhas necessidades em termos deste oligo-elemento. Não é bem assim. Hoje proponho-me deslindar o imbróglio.





Sabemos que o iodo é essencial ao bom funcionamento do nosso organismo. Mas conhecemos verdadeiramente a sua origem e importância? Para vós, poderá não ser novidade nenhuma mas, para mim, impõe-se-me organizar as minhas ideias, razão de ser do texto que abaixo produzo. Este não será exaustivo, mas apenas a adaptação de um artigo que li sobre o assunto e leituras complementares, bem como em função de alguma experiência pessoal.

Então, temos que: 

Tendo sido descoberto no Séc. XIX, 1811, fortuitamente, em cinzas de algas marinhas pelo químico e fabricante de nitrato de potássio, Bernard Courtois, seria outro químico célebre, Louis Joseph Gay-Lussac que, três anos mais tarde, falaria pela primeira vez do iodo. 

Esta palavra é formada a partir do grego iodes, que significa "com reflexos violetas", por alusão à cor do vapor que dele emana quando é aquecido. O iodo faz parte dos oligo-elementos* tal como o ferro, o zinco, o cobre e o selénio, que estão presentes nas células.

Metade do iodo que absorvemos fixa-se na tiróide, glândula endócrina situada na base do pescoço, que gera hormonas essenciais ao crescimento do nosso corpo e ao bom funcionamento do cérebro, e que permite também regular a nossa temperatura corporal. O iodo é absorvido ao nível do estômago e do duodeno.




Poder-se-ia pensar que as necessidades de iodo diminuem com a idade mas não, os contributos nutricionais aconselhados vão evoluindo, exigindo assim a percentagem* devida ao longo da vida. Verifica-se que na mulher grávida os níveis de iodo exigidos são maiores porquanto o corpo deve igualmente fabricar hormonas para o feto. Com efeito, uma carência em iodo pode conduzir a atraso mental em crianças, mas igualmente a problemas de crescimento. 

Um défice de iodo, pode também originar bócio, irritabilidade, perda de peso, entre outros sintomas e o seu excesso gerar fadiga física e psíquica de forma persistente. O mau funcionamento da tiróide pode ser a causa de dificuldades de concentração, de faltas de memória, de perturbações do ciclo menstrual, de sensação de frio e de decréscimo da libido.



Por outro lado, poderá dar-se o caso de se pensar que somente os alimentos saídos do mar contêm iodo. É certo que o encontramos em peixes, frutos do mar e algas, mas existe também na carne, nos ovos, leite e queijo porque muitos animais alimentam-se de forragens enriquecidas com iodo. Encontramo-lo igualmente em certos legumes como a couve-flor, alcachofra ou espinafres;

Ou então que a flor de sal contém mais iodo que o sal de mesa ou que o sal grosso. O iodo é volátil, por isso tanto num tipo de sal como nos outros deixa apenas vestígios. Para que seja um sal bem provido de iodo é preciso que seja artificialmente enriquecido. Na embalagem poderemos ler esta menção: "sal iodado".

Mas, acima de tudo, é importantíssimo saber-se que:

A manutenção do nível correcto de hormonas tiroideias no sangue resulta de interacções entre a hipófise, o hipotálamo e a tiróide: Glândulas endócrinas de respeito, que trabalham noite e dia para o nosso bem-estar e excelência da nossa saúde.





A todos os que por aqui passarem, desejo uma bela terça-feira. Com o calor que vai estar é importante bebermos muita água. Diz-se que para uma boa hidratação deve-se beber uns dois litros de água, todos os dias.


=====
O texto: Uma adaptação minha do artigo L'iode, in Maxi, du 22 au 28 août 2016,
bem como outros contributos:Iodo e tiróide- Veja aqui, aqui e aqui
*Tabela 1 - Recomendações para ingestão de iodo. Idade ou Grupo Populacional OMS/DDR (μg/dia) Crianças 0 – 5 anos 90; Crianças 6-12 anos 120; Adultos > 12 anos 150; Gravidez 250; Lactação 250
OMS - Organização Mundial de Saúde; DDR - Dose Diária Recomendada
Imagens: Pixabay

15 comentários:

  1. Um post excelente e esclarecedor, muito obrigado pela partilha.
    Beijinhos
    Maria

    ResponderEliminar
  2. Este artigo sobre o iodo está completo e excelente.
    Muitas pessoas não sabem por que devem comer peixe fresco...
    Outras desprezam o consumo de peixes e bivalves de pequenas
    dimensões...
    Muito bom, Olinda.
    ~~~ Beijinhos ~~~

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ora, nem mais. Também penso que se fizermos uma alimentação variada e equilibrada acabaremos por beneficiar de todos os nutrientes.
      Obrigada pelo seu contributo, Majo.

      Bj

      Olinda

      Eliminar
    2. Ora, nem mais. Também penso que se fizermos uma alimentação variada e equilibrada acabaremos por beneficiar de todos os nutrientes.
      Obrigada pelo seu contributo, Majo.

      Bj

      Olinda

      Eliminar
  3. O meu grande problema, Olinda é beber água. Dois litros? Meu Deus!!!! Faço um grande sacrificio para beber logo de manhã um copo e depois vou tentando beber alguma coisa durante o dia. Quanto ao iodo, foram importantissimas as tuas informações aqui; desconhecia muitas delas e foi bom ficar mais elucidada. E o Setembro continua quente como eu gosto. Só lamento os tremendos incêndios por todo o país, infelizmente todos provocados por mão criminosa. Não fosse essa desgraça e eu pediria para não chegar o Inverno. Querida amiga, muito obrigada e muita saúde para ti e para todos os teus. Um beijinho
    Emilia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ai a água! Também eu lá procuro usar de toda a lógica para ingerir alguma, tendo em conta todas essas recomendações. Por vezes penso assim: ah, se calhar só devíamos beber quando temos sede! Mas, nunca fiando, penso por outro lado. E assim, um copo daqui e outro dali, fico pelo meio termo.
      Os incêndios são uma autêntica praga, querida Emília. Todos os anos é esta coisa horrível. Neste momento estou a ansiar por uma boa chuvada para gorar os planos de quem quer que seja que ande a fazer isto. Também poderá ser descuido, negligência? Nem sei o que pensar. O certo é que estamos a perder património, flora e fauna, desequilibrando o ambiente, e as pessoas atingidas encontram-se em grande sofrimento. Que Deus nos acuda!

      Desejo-te um bom fim de semana.

      Beijinhos

      Olinda

      Eliminar
    2. Ai a água! Também eu lá procuro usar de toda a lógica para ingerir alguma, tendo em conta todas essas recomendações. Por vezes penso assim: ah, se calhar só devíamos beber quando temos sede! Mas, nunca fiando, penso por outro lado. E assim, um copo daqui e outro dali, fico pelo meio termo.
      Os incêndios são uma autêntica praga, querida Emília. Todos os anos é esta coisa horrível. Neste momento estou a ansiar por uma boa chuvada para gorar os planos de quem quer que seja que ande a fazer isto. Também poderá ser descuido, negligência? Nem sei o que pensar. O certo é que estamos a perder património, flora e fauna, desequilibrando o ambiente, e as pessoas atingidas encontram-se em grande sofrimento. Que Deus nos acuda!

      Desejo-te um bom fim de semana.

      Beijinhos

      Olinda

      Eliminar
  4. Sabem tão bem uma ida à praia..pena que aqui pelo norte seja sempre muito vento.


    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É. O vento incomoda muito e então quando se está na praia levanta a areia, leva as toalhas. Aquele bocadinho que se quer só para nós, em contacto com o Sol e o Mar, fica completamente perturbado.

      Bj

      Olinda

      Eliminar
  5. Respostas
    1. Olá, Isabel

      Muito obrigada pela visita.
      Muito boa a entrevista a Margarida Costa, que eu não conhecia. São excelentes os seus trabalhos.

      BJ

      Olinda

      Eliminar
  6. Um post de excelência minha Olinda
    Trouxe-nos importantes informações e elucidou por vezes o nosso desconhecimento acerca de uma elemento de vital importância para nossa saúde
    Uma fabulosa partilha minha amiga
    Bom restinho de semana
    Beijos

    ResponderEliminar
  7. Olá, Gracita

    Por vezes, são coisas que sabemos e que, na lufa-lufa do quotidiano, esquecemos um pouco. Só voltamos a pensar nelas quando nos vêm dizer que temos a glândula a funcionar mal, como é o meu caso.

    Muito obrigada pelo seu comentário.
    Um bom fim de semana.

    Beijinhos

    Olinda

    ResponderEliminar
  8. Olinda, obrigada por estas informações preciosas! Acho que vou comprar um pacotinho de flor de sal na minha ida às compras mais logo :)
    Beijinhos

    ResponderEliminar