Sempre a conheci assim, na sua labuta donde transparecia uma humanidade infinita. Penso que nós nunca parámos para nos interrogarmos donde lhe vinha toda aquela força e como ela conseguira superar todas as partidas que a vida lhe pregara. Nem tão pouco era assunto em que ela tocasse. E também nunca houve na família uma conversa formal sobre aquela época que já parecia tão remota.
O facto é que, da mesma forma como ela organizava o seu pequeno mundo com sabedoria e dignidade, também organizara e administrara um mundo imenso, os bens dos filhos. Chegados à maioridade deu-se a partilha. Por contingências da vida, Dona Inês ficara sem nada de seu.
Quando Manês partiu era já nonagenária. Viveu muito tempo, dir-se-á. Mas não o suficiente, diríamos nós, os seus netos, espalhados pelos quatro cantos do mundo, cidadãos do mundo. Foi um tempo inesquecível, em que pudemos beneficiar do seu exemplo, pela sua integridade, pela sua maneira de estar na vida.
Quando Manês partiu era já nonagenária. Viveu muito tempo, dir-se-á. Mas não o suficiente, diríamos nós, os seus netos, espalhados pelos quatro cantos do mundo, cidadãos do mundo. Foi um tempo inesquecível, em que pudemos beneficiar do seu exemplo, pela sua integridade, pela sua maneira de estar na vida.
Quanto a mim, devo dizer, recordo com saudades a firmeza bondosa dos seus olhos onde se espelhava o céu e, sempre que sinto a vida pesar e quero desistir, é no seu exemplo que procuro as forças necessárias para continuar.
Texto de uma grande amiga:
Dufinha Santos
Manês - Mãe Inês (avó)
Olá Olinda, Estamos também chegando ao final da leitura neste fim de narrativa e sabemos que a muitos de nós tivemos uma viagem ao passado com os nossos avós maternos e paternos, lembro-me mais dos paternos pois em um lugar bucólico eles viveram quase que do jeito dessa estória.
ResponderEliminarParabenizo ao autor por nos deliciar com essa maravilha de leitura, e ao Xaile de seda por compartilhar.
Abraço
Uma bonita e sentida homenagem da autora a sua avó. Recordo muitas vezes a minha avó paterna apesar dela ter partido quando eu tinha apenas seis anos. A avó materna devo tê-la visto em dois natais nos quinze anos de vida em que a tive. Tudo o que sei da sua personalidade que era muito forte, vem das lembranças dos seus filhos.
ResponderEliminarUm abraço e obrigada por esta partilha.
Que grata surpresa esta narrativa profunda e meiga. Ai, como eu gosto da memória da «avó»!
ResponderEliminarBj
Os avós são um bem inestimável. Geralmente, só nos apercebemos disso quando já desapareceram.
ResponderEliminarBjs
A minha bisavô. A Manês era minha bisavô. Fiquei muito comovida ao ler tudo o que foi aqui dito sobre a Manês. Que orgulho ser sua bisneta! Se existe algum modelo a seguir é este, a conjugação perfeita entre a bondade e disciplina.
ResponderEliminarE tenho apenas 25 anos, não tive oportunidade de conhecê-la nem de conhecer profundamente a minha avó, sua filha, Belinha. Fico com um nó na garganta, sendo um misto de frustração e felicidade. A minha mãe, filha da Belinha e neta da Manês é o produto mais que perfeito das senhoras desta família. É a mulher da minha vida!
Carina
Minha querida
ResponderEliminarUma história cheia de recordações doces, eu infelizmente nunca conheci nenhuma avó, mas deve ser um carinho muito especial...adorei.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
É uma emoção te ler Olinda.
ResponderEliminarTer uma avó para se espelhar é uma dádiva!
Acho que por experiência da vida, elas tem esse elo de doçura, de carinho, força e garra para acolher nossas fraquezas e ensinar caminhos.
Beijo querida e obrigada pelo carinho.É muito bom sentir a amizade de vocês na minha alma.
Para quem se despede, a idade do ente querido que partiu não tem qualquer significado. Parecem muitos os anos, para terceiros, mas são poucos para os que são brindados com a convivência feliz. Avós têm magia. Muito belo o texto! Bjs.
ResponderEliminarQue narração tão bela, a de de sua grande amiga Dufinha Santos, sobre a avó Manês. Quanta doçura, neste relembrar uma vida tão querida.
ResponderEliminarPara completar, leio, entre os comentários acima,o de uma bisneta de Manês, a Carina. Tudo que ela diz só vem corroborar com a grande valoração que se atribui a uma avó. Fico feliz, em constatar que ainda se encontra sentimentos amorosos nos laços de família.
Obrigada, querida Olinda, por nos proporcionar tão bela leitura.
Beijos,
da Lúcia
Muito bela esta homenagem que fizeste à tua avó, Olinda. Eu conheci as minhas duas avós, mas a que recordo com saudade é a paterna. A minha avó´materna nunca quis saber de mim e do meu irmão; a minha mãe não casou com quem ela queria e por isso começou a despreza-la; enquanto o meu avô foi vivo ela tinha que receber a minha mãe com o mesmo carinho com que recebia os outros, mas ele morreu muito cedo e a minha mãe nunca mais voltou a ser tratada como filha. Tinha eu 6 dias quando o meu avô faleceu e portanto nunca aprendi a gostar dessa avó. Uma vez que estava doente fomos com a minha mãe visitá-la e até hoje lembro que ela nem se virou na cama para nos olhar. Com a minha avó paterna foi diferente e recordo com saudade dos fins de semana em que ia para casa dela com o meu irmão. Hoje eu sou avó e quero que um dia os meus netos me recordem como aquela vóvó que brincava com eles, rebolando no chão, jogando bola e esconde- esconde. Adoro ser vóvó. Um beijinho, Olinda e muito obrigada pela partilha desta parte da tua vida, cheia de ternura. Até breve, amiga.
ResponderEliminarEmília
è verdade!
ResponderEliminarOs bons exemplos da família são os que mais prezamos1
Beijinho para si!
Não existem amanhãs
ResponderEliminarsem boas memórias
E essa humanidade infinita é a maior riqueza que podemos dessejar de uma pessoa. Porque ela expressa poesia e beleza. Meu beijo.
ResponderEliminarOlá Amiga!
ResponderEliminarEstive a ler a história completa. Fiquei comovida. Que bela homenagem para uma avó maravilhosa... com um coração do tamanho do mundo. Tenho pena de não ter conhecido as minhas avós... Que sorte tiveste!
Beijos.
M. Emília
Manês é prova de que a humanidade é tarefa possível. E como nos faz bem sabermos que existem seus descendentes a tornarem esse mundo um lugar melhor para pessoas muito melhores.
ResponderEliminarLindíssima a narrativa, Olinda.
Um beijão, amiga!
Minha amiga adorei conhecer a história da Manês, uma mulher boa e amiga e gostei imenso de ver o apreço que a bisneta Carina revelou na mensagem que deixou em comentários.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria