sábado, 15 de setembro de 2012

A manhã raia. Não: a manhã não raia


A manhã raia. Não: a manhã não raia.
A manhã é uma cousa abstracta, está, não é uma cousa.
Começamos a ver o sol, a esta hora, aqui.
Se o sol matutino dando nas árvores é belo,
É tão belo se chamarmos à manhã «começarmos a ver o sol»
Como o é se lhe chamarmos a manhã;
Por isso não há vantagem em pôr nomes errados às cousas,
Nem mesmo em lhes pôr nomes alguns.

Alberto Caeiro
(F.Pessoa)

In Poemas Inconjuntos - Casa Fernando Pessoa


6 comentários:

  1. Pessoa em A. Caeiro, tão concretamente abstrato em tão belo desassossego!
    Sempre belo
    Abraço

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  2. Desconcertante o 'Alberto Caeiro'
    Bom domingo
    Beijo

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  3. Querida Olinda:
    Gostei do poema e gosto muito de ver nascer o dia. É a minha melhor hora.
    Beijinhos
    Maria

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  4. Pessoalmente duvido que o outro Caeiro não desse, muitas, vezes, os nomes... aos bois!
    abraço.

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  5. Quem raia, é o Sol, nas manhãs...
    Estava certo, o poeta!

    Beijinhos, Olinda!

    P.S.Vi a sua última postagem,
    mas, diante das incompetências de presidentes
    (a daqui, prefere ser presidenta), prefiro não
    opinar). São parecidos, os governantes, só muda
    o país.

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