Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
José Carlos Ary dos Santos
Olinda amiga:
ResponderEliminarAdoro os versos do Ary. Todos. Este, é tão actual que arrepia.
É bom, vêlo assim, de repente, no blogue de uma amiga, num momento em que tudo o que ele traduz, é tão real.
Pena que para a maioria das pessoas a frase: "Sou teu irmão" seja apenas uma frase bonita. Devia fazer pensar.
Beijinhos
Maria
Querida Maria
EliminarVi anteontem daqui, no meu painel, o post de um blog que eu sigo 'Chez George Sand',com este título, Ary. Fui ver se se tratava do Ary que nos conhecemos, de poemas fortes e cheios de vida, e era realmente.Então, apercebi-me de que era o aniversário da sua morte. Lembrei-me de alguns dos seus poemas, musicados, que conhecemos tão bem... Este, 'Quando um Homem quiser' é dos que eu mais admiro porque contém tudo o que precisamos saber sobre solidariedade e de como poderemos tornar o mundo melhor.
Tem razão, 'És meu irmão' deveria o nosso lema não só em palavras como em obras.
Beijinhos
Olinda
Deveria ser assim...na realidade não é!
ResponderEliminarOlá, Mariavaicomasoutras
EliminarGrata pela sua visita e comentário.
É um facto.sim,deveria ser assim...
Bj
Olinda
Bonitas líneas.
ResponderEliminarPd: Te invito a que visites mi blog de cine, ahí también publico cuentos mios.
Ola, David
EliminarPoema de um dos nossos melhores poetas.
Obrigada pelo convite. Lá irei... :)
Abraço
Olinda
Excelente escolha minha amiga, que versos maravilhosos. O espírito do Natal deveria prevalecer ao longo de todos os dias do ano.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Querida Maria
ResponderEliminarNeste início de ano é fundamental pensarmos nestas palavras de Ary dos Santos. 'Natal é em Dezembro, mas em Maio pode ser, Natal é em Setembro, É quando um homem quiser' .
Lindo!!
Beijinhos
Olinda
Minha querida
ResponderEliminarAry dos Santos é imortal, eu tive o privilégio de o ouvir declamar poemas (nos meus tempos de revolucionária), com o Zeca...Adriano e Padre Fanhais e foi um momento que nunca esquecerei.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Que sorte, Sonhadora!
EliminarRealmente, momentos que não se esquecem jamais.Quatro figuras nacionais que marcaram uma época!
Obrigada.
Beijo
Olinda
Que bom que passei por aqui...., valeu...para ler Ary...
ResponderEliminarJá não lia nada dele há muito....Ele e o Joaquim Pessoa...
enchem-me as medidas...
Beijo
Pois é, Joaquim Pessoa é contemporâneo de Ary dos Santos...
EliminarBj
Olinda
vim e sentei-me para devagar ler e saborear.
ResponderEliminarfoi bom ler e sentir que Natal deveria ser sempre.
um beijo
Querida Lili
EliminarÉ um gosto receber-te aqui no Xaile.
Obrigada
Bj
Olinda
Óptima escolha!
ResponderEliminarHá muito tempo que Ary dos santos anda esquecido. Convém.
Beijinho
É como diz, Ana.
ResponderEliminarUm poeta que diz tudo com muita clareza.
Bj
Olinda
Querida Olinda:
ResponderEliminarMaravilhoso! É sempre um delícia recordar Ary dos Santos. Ah, poeta, como a luz das estrelas deve ter ficado mais intensa quando chegaste ao céu!
"Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher."
São pensamentos como este que tornam a vida bela.
Um beijinho e bom domingo.
Eu "conheci", o Carlos Ary, através de um amigo português, e desde então, ele faz parte dos meus poetas. E que alegria revê-lo aqui no Xaile!
ResponderEliminarUm beijo grande, Olinda!
;)
Que lindo! Desde que li o primeiro poema desse autor, fiquei encantada. E procurei sua biografia, para conhecer outros trabalhos. Não encontrei muitos, mas guardei todos que estavam publicados. Ele borda tudo com sentimento e muita qualidade.
ResponderEliminar(Já li sua postagem nova e voltarei).
Bjs.