Saber ler na vida — folhear honestamente a vida
Apaixonadamente a vida
Nas arcas da noite, nas arenas do dia:
Risos, lágrimas, serenos rostos aparentes
Como se abríssemos cada dia a verde lima do espanto.
Não passar folhas em branco sem as entender,
Olhar rostos como quem tacteia rugas
Descobrindo planetas de mágoa ou rios de alegria.
A primeira página e o segredo puro dos acabados de gritar o primeiro grito,
Iluminada inocência do futuro.
E tudo isto
Entre vermes, frutos, flores, rinocerontes, pássaros,
Cães fiéis
Âguas e pedras
E o fraterno fogo que acendemos a cada hora,
No espaço branco que é estendermos a nossa mão
Para outra mão apertarmos simplesmente
Mão pela qual corre o sangue como um rio de fogo.
Só temos uns tantos anos para lermos este livro
Debaixo do Sol,
Ou sob o aço da noite
Para este fogo tecer.
Chamarás ciência cultura vida dor espada ou espanto a tudo isto
Ou ilegível monotonia.
Nada. Mas lê.
Matilde Rosa Araújo
(1921-2010)
Poema:
Casa Fernando Pessoa
Olá, Olinda
ResponderEliminarVi o seu Blog e achei uma graça. Já sou seguidora.
Convido você a conhecer Sapatinhos da Dorothy, se gostar me siga também para trocarmos ideias.
Abraço,
Sandra
Apenas lê! Apenas leia! Apenas creia!
ResponderEliminarBelo poema, que traz sem dor, amargura e conflito, as duas faces da moeda.
Porque não há na vida outra razão a não ser viver!
E que nesse livro, escrevamos tod@s, as mais fartas e variadas histórias de amor, de paz, de alegria, de amizade; que a leitura coletiva, traga-nos risos e brilho no olhar!
Beijos, Olinda, desde Olinda!
;)))
Parece que desde mil novecentos e tal, o mundo não se alterou... e até podia ser sentido e visto do mesmo modo que em dois mil e tal.
ResponderEliminar;)
Boa noite, Olinda querida!
ResponderEliminarQue belo poema de matilde Rosa Araújo....Gostei muito.
Beijo e ótima semana pra ti.
Com carinho,
Mara
E o melhor são aquelas páginas por preencher no final do livro ;)
ResponderEliminarBeijinhos,
Madalena
Quem dera eu o soubesse fazer...
ResponderEliminarUm abraço
Olá, Olinda...
ResponderEliminarQuero agradecer sua visita e tão gentil comentário...Como é bom a net proporcionar essas trocas.
Cá estarei também.
Abraço carinhoso,
Sapatinhos da Dorothy
Querida amiga Olinda!
ResponderEliminarDepois de uma temporada de trabalho com na realizações de festas, cá estou eu já com menos trabalho e com mais disponibilidade para o que gosto que são os meus blogues e seguidores.
Gostei deste poema, como sempre lindissimo!
Um beijo bem grande.
Adoro ler, Olinda! Faço-o com gosto e dificilmente deixo um livro pela metade; sempre me agrada. Ler na vida deveria ser como ler num livro, mas não é, ou melhor, é, mas nós é que nem sempre sabemos enxergar e entender o significado de cada palavra contida nas páginas que a cada dia folheamos. Não temos a calma...não temos a disponibildade...a paciência para ver...ler...reler...interpretar cada pormenor...cada gesto...cada sensação que nos estão expostos na página de cada dia; às vezes a escrita de um livro é rebuscada...metafórica...difícil de entender, mas lá continuamos nós folheando o livro até ao final; acabamos por entender tudo; com a vida é a mesma coisa....ela está aí...há que a ler...entender...saber interpretá-la e vivê-la; ela chega ao fim assim como o livro. Gostei muito desta leitura, mas, confesso, nem sempre gosto da maneira como leio na vida. Penso que é um aprendizado que todos nós temos de fazer todos os dias. Devemos isso à vida...lê-la como ela merece e trata-la com o mesmo carinho que dedicamos ao livro. Um beijinho e obrigada pela partilha. Até breve
ResponderEliminarEmília
Olinda vc é muito querida!
ResponderEliminarLindo este poema sobre a vida! Como preisamos saber viver de frente para o outro e enxergar nele um irmão, estender a mão, compreender que no coração só podemos existir no social que é espaço de troca de sentimentos de amor e carinho que nos faz melhor e ascender espiritualmente durante esta vida tão passageira.
Beijos e boa noite!
Obrigada!
Carla
:D
Olá, como está?
ResponderEliminarPassei para ler e
deixo
saudações poéticas!
Lindíssimo!
ResponderEliminarA vida é mesmo como um livro. E devem ler-se todas as passagens, as bonitas e as feias, as boas e as más, as alegres e as tristes. Tudo faz parte da vida, tudo é viver.
Um poema muito belo, recordando uma poetisa tantas vezes esquecida. Belíssima escolha.
ResponderEliminarbj
Querida amiga
ResponderEliminarEspecialmente hoje eu vim agradecer o seu carinho e apoio ao meu trabalho!
Muito Obrigado de todo o coração!
Abraço muito amigo!
Maria Alice
Olinda.
ResponderEliminarEste poema evoca pelo menos a mim uma profundidade de sentimentos que não consigo externar com palavras, por ora...
Quem sabe talvez num breve poema...
Excelente escolha neste momento de minha vida.
Um abraço fraterno do amigo e leitor.
Beijos.
Excelente escolha poética.
ResponderEliminarGostei de ler, pois não conhecia.
Querida amiga Olinda, tem um bom fim de semana.
Abraço.
Vim ver se havia novidades...
ResponderEliminarBom fim de semana!
Bjsss
Vim ler-te, sempre querendo saber mais.
ResponderEliminarObrigada pelas palavras sempre amigas e verdadeiras no Canto.
Eu sei bem do que falas, Olinda, e revejo o burburinho de setembro, pessoas nas esplanadas, o início da aulas, os erasmus, o sol ainda no céu, o cheiro de mar, de sal, céu azul, fim de primavera e prenúncio do outono, sinto saudades de tudo isso...
Um beijo!
Querida boa leitura hoje e sempre e luz para refletí-la ao mundo!
ResponderEliminar:D
Beijos e bom dia!!!
Carla
Gosto da certeza que tenho quando chego em seu blog e encontro maravilhas- muito bom!
ResponderEliminarUm beijo enorme!!
Tenha um ótimo fds!
Adorei esse seu "cantinho especial"!
ResponderEliminarPARABÉNS!!!
Virei sempre aqui e ficarei feliz com a sua visita.
Ah! já estou lhe seguindo, me siga tb.
Beijos e fique com DEUS!
Suprema sabedoria...a de saber ler na vida! De complexa aprendizagem.
ResponderEliminarQuerida Olinda
ResponderEliminarUma escolha bem merecida! A autora já não está entre nós mas deixou obra que merece ser divulgada.Este poema parece escrito para cada um de nós, no momento difícil que vivemos colectivamente! Ler a vida é difícil mas interpretá-la é ainda mais complicado mas, é edição única e não temos outro remédio senão esforçarmo-nos por levarmos a melhor.
Beijo a bom fds.
Graça
Minha Querida Olinda:
ResponderEliminarSaber ler a vida é talvez a arte mais difícil ao alcance do Homem. Bem aventurados os que a sabem ler.
Um abraço grande.
Olinda,vou deixar este poema.
ResponderEliminarCom tua licença...
Livro da Vida
Livro da vida, em meu Coração
Escrito com tinta Vermelha
Contém meus segredos
Mais ocultos e verdadeiros
Mas quem não tem um Livro
Escrito pelo Tempo da passagem da vida
Onde as horas são versos
Os dias são páginas
E os anos são capítulos
Onde cada aborrecimento, cada sofrimento
Nas páginas do Livro,
Borradas com lágrimas
Coloridas com sangue
Onde tudo que foi mal escrito,
Todo mal entendido
Pudesse apagar
Bem que gostaria
Mas não posso, não devo.
O que posso fazer é virar a página
Do Livro da Vida
E na seguinte estar
Escrevendo uma nova história
Pra novela continuar
E um dia terminar o enredo
Dessa história terrena, da divina comédia,
Da tragicomédia, de minha odisséia
Nesse mundo encerrar
Pra então fechar o Livro
E na Estante Divina
Esperar que um Grande Leitor
Observador e Justo
Talvez, Olinda, seja nesse poema minha vontade de me expressar quando li o poema da Matilde.
Um fraterno abraço. Beijos.