sábado, 10 de setembro de 2011

Era uma vez ...

...um blogue chamado Histórias de nós que escreve histórias excelentes, inventando-as ou não, histórias essas que, por vezes, se nos ajustam tal como um fato por medida. Umjeitomanso, um outro blogue, ao divulgar o Histórias de nós falou do seu jeito para escrever histórias. Histórias de nós lançou um desafio no sentido de lhe encomendarmos histórias. E eu, então, pedi-lhe para escrever a história do meu Xaile de Seda.


Eis a história, associada, nada mais nada menos, ao nome de:


Amália

Aqui sentado no cadeirão encarnado que ladeia a tua cama, vejo-te dormir.
No teu corpo nada, só o xaile de seda em que te embrulhas para adormecer.
E o teu cabelo negro estendido nos lençóis.
Minha querida minha doce minha paixão que te quero tanto.
A minha vida já não a sei viver sem ti.
Há anos que acompanho o tudo que és e o que ainda queres ser. 
Sempre em puro encantamento de ti.
Vou dizendo-te, baixinho, sossega, sossega minha querida, não te deixes ir em cantigas.
Porque tu levas dia e noite, anos de vida, a ouvir todos os fados que encontras à espera de encontrar em algum um bocadinho de ti.
Deram-te o nome da tua mãe e o xaile de seda em que te embrulhou quando te deixou no abraço dos tios.
E a música que ainda cantas a adormecer, dizem que era a tua mãe que a cantava para ti.
Esta é pelo menos a história que te contaram.
Que te contam.
A história que te fez e ainda faz feliz.


A história tem uma segunda parte, as letras que, abaixo, legendam o Xaile pintado por Cidália Laranjo, blogue África em poesia, quadro que faz parte de uma sua exposição e que ela me ofereceu, virtualmente: 


Eu tive um xaile de sedaPintura de Cidália Laranjo


que em tempos me fez sonhar
Lembra-me sempre de ti
De tudo o que não quero largar

Eu tive um xaile de seda
que cheirava a Amor
tinha a cor do meu sangue
e uma ponta de oiro em cada flor

Eu tinha um xaile de seda
que afinal nunca foi meu
embrulhei-o com força no peito
e no coração que é teu

Obrigada a ambas.

29 comentários:

  1. Olá, Olinda...
    Que lindo!, essas histórias...."Eu tive um xaile de seda/
    que cheirava a Amor/
    tinha a cor do meu sangue/
    e uma ponta de oiro em cada flor"...

    Bjs,
    Bom Fim de Semana

    Sapatinhos da Dorothy

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  2. Olinda, querida

    Que interessante, quanta criatividade e beleza!
    Um Xaile (que no "nosso" português,dizemos Xale), que por si só já é uma das mais belas peças de uma indumentária feminina, foi um lindo "protagonista",para as duas "boguistas" que lhe prestaram essa encantadora homenagem.

    Assim,parabenizo à História de nós, à África e poesia e à homenageada Olinda Melo, ou melhor, ao seu mimoso Xaile de Seda.

    Beijinhos
    Lúcia

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  3. Os dois textos são lindos...de acordo com o teu "Xaile de Seda"!

    Abraço

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  4. Querida Olinda, muito obrigada mais uma vez!
    Fico a aguardar novos desafios.... «historiar» faz bem à saúde, ainda para mais nestes tempos de desgraceira em que anda o nosso país!
    Bjs

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  5. Olá, Sandra

    A imaginação, realmente, não tem fronteiras.

    Beijo e bom fim de semana.

    Olinda

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  6. Obrigada, querida Lúcia.

    É verdade, tanto Históriasdenós como Áfricaempoesia têm muito talento e eu e o meu xailedeseda beneficiámos com isso.

    Bom fim de semana.

    Beijo

    Olinda

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  7. Olá, Rosa

    É, são lindos, o meu xaile hoje está de parabéns pelo contributo destas duas @migas.

    Beijo

    Olinda

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  8. Olá, Histórias de nós

    Agradeço-lhe, a sua disponibilidade e a sua arte.

    :)

    Beijo

    Olinda

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  9. Estou encantada com essas histórias. São lindas!!!
    "Xaile de Seda" além de bonito serve de inspiração para lindos poemas !
    Beijos e fique com DEUS!!!

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  10. Minha Querida Olinda:
    Que bela prosa poética e que lindo poema dedicados ao teu Xaile de Seda, o que te acompanha sempre, agasalhando o teu coração e afagando a tua alma.
    Desejo-te toda a felicidade do mundo.
    Um abraço muito forte.

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  11. Xailes são abraços.
    Pontas sem nós
    Sem laços...
    Riscos de seda no ar.
    E mesmo sem nós queremos.
    Os xailes são danças.
    voltas e reviravoltas
    de vida,
    que ajudam a sonhar.

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  12. Cara Olinda,

    Gostei de aqui encontrar a história do seu Xaile de Seda, criada pela 'historiadora de nós'.

    A vida tem muito mais graça se a enfeitarmos com pequenas histórias, presentes, afectos.

    Esta via, a dos blogues, permite que se cruzem palavras de pessoas que de outra forma jamais se conheceriam e em que reconhecemos afinidades. E o seu blogue é, sem dúvida, um ponto de encontros.

    Gosto de o visitar.

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  13. Muito interessantes, história e quadro. Eu gosto muito de xailes. Sempre os associo à imagem da avó Piedade.
    Um abraço e bom Domingo

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  14. Amiga Olinda ambas as histórias são maravilhosas, parabéns às autoras.
    Bom domingo
    Beijinhos
    Maria

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  15. Obrigada, Juju, o mesmo lhe desejo, obrigada pela visita e pelas simpáticas palavras.

    Bjo

    Olinda

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  16. Querida Isabel

    O meu coração sente-se deveras aconchegado com a tua visita e com votos tão bonitos.

    Bom domingo

    Beijos

    Olinda

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  17. Olá, George Sand

    'Xailes são abraços'.
    Penso que esta é das formas mais perfeitas para se definir um 'Xaile'. As palavras que se lhe seguem conferem-lhe vida e movimento e a nós só nos cabe idealizá-lo...Aliás a imagem já lá está!

    :)

    Obrigada.

    Olinda

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  18. Olá, Jeito manso

    Muito sensibilizada com as suas palavras. Este vastíssimo espaço virtual proporciona realmente estes felizes encontros. Nestas trocas, vamo- nos enriquecendo.

    Bjo

    Olinda

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  19. Boa tarde, Elvira

    As nossas avós são as figuras a que sempre nós associamos os xailes. Aquecem no Inverno e no Verão dão aquele aconchego... :)

    Bjo

    Olinda

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  20. Querida Maria

    Muito obrigada pela sua visita e por ter cá vindo ler e apreciar este meu post.
    Desejo-lhe um feliz Domingo.

    Beijo

    Olinda

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  21. OI Olinda.
    E como o xaile de seda te aquece o coração, a mim que venho de longe, também me aquece.
    Aquece minha alma sim.
    Muito encantador e sublime ambas poesias dedicada ao blog Xaile de Seda.
    Portanto um abraço deste leitor, um beijo, e desejo-te uma ótima semana.

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  22. Só uma pessoa boa pode receber homenagens destas.
    Gostei de ler as belas palavras que te dirigiram.
    Olinda, tem uma óptima semana.
    Beijos.

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  23. Meus caros

    Antônio e Nilson

    Estava a ver que isto de 'xailes' era uma questão só de mulheres, mas ainda bem que aqui vieram mostrar o contrário... :))

    Agradeço as vossas palavras e desejo-vos também uma óptima semana.

    Abraços

    Olinda

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  24. Belas histórias, recheadas pela sensibilidade da literatura e pelo talento dos autores.Uma linda homenagem ao blog tb!!

    Bjs!!

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  25. Olindas palavras cheias de puro amor que é o que de mais precioso existe, um verdadeiro tesouro. Encantaram-me.... suas palavras reais demais!
    Parabéns!
    Carla
    :D

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  26. Olinda, querida, que beleza suas palavras. Sempre me encanto com o teus escritos.Eu tive um xaile de seda
    que cheirava a Amor
    tinha a cor do meu sangue
    e uma ponta de oiro em cada flor. Lindo demais essas palavras. Beijo grande e ótima semana!

    Smareis

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  27. Um dos sites já conheço, o outro não.
    Vou ver.

    Bjs

    http://rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/

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  28. Somos nós quem agradecemos, Olinda! A beleza é uma certeza que encontramos aqui.
    Li o texto e fiquei embevecida, sentindo a delicadeza das palavras!

    Beijo!

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  29. Olinda
    Descobri-a pelo blog "História de Nós" que, descobri na "Travessa".
    Achei graça ao tema dos Xailes e, tomo a liberdade de lhe mandar isto.
    Desculpe o abuso
    Maria


    Xaile

    Eu tenho um xaile também.
    Não é de seda, é de lã.
    Herdei-o de minha mãe.
    Foi nele que me embalou
    Ao som de uma canção.
    É nele que me embrulho
    Se estou triste ou sinto frio,
    Fica calmo o coração
    Mas toda eu me arrepio.
    Falta-me ouvir a voz terna
    Que me embalava a cantar:
    “Papão não faças barulho,
    Não me vá ela acordar”.
    Ai, falta-me a voz materna,
    Doce como um rouxinol,
    Quente, como é o sol
    Num dia quente de Verão
    Alegre como a manhã.
    Eu tenho um xaile de lã.

    Maria

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