entre os acordes
da distância
esta
a que me separa
da alvorada nas teclas
dum incontido piano
sobre as ervas
nossas
até ontem nossas
confissões escarlate
recatadamente dispostas
sobre a letargia dos campos
Ângela de Almeida
sobre a letargia dos campos
Ângela de Almeida
in: estado de emergência
-2020-
Ângela de Almeida é uma investigadora, ensaísta e poeta portuguesa, natural da cidade da Horta, onde viveu até aos 16 anos de idade. Estudou em Lisboa, sendo doutorada em Literatura Portuguesa e, nesse contexto, colabora com organismos regionais e nacionais, participando também em colóquios e congressos, promovidos por instituições portuguesas e europeias. Anteriormente, lecionou no Ensino Secundário e no Ensino Superior, foi editora e assessora para a Cultura. No domínio do ensaio, é autora de Retrato de Natália Correia (1993, Círculo de Leitores), vários estudos introdutórios a obras da mesma autora, A simbólica da ilha e do Pentecostalismo em Natália Correia (2019, Letras Lavadas) e Natália Correia, um compromisso com a humanidade (2019, em publicação). Tem, no prelo, o ensaio, Censura e estilo na Literatura Portuguesa do século XX, resultante da conferência, que apresentou na Universidade Sorbonne-Collège de France. No domínio da poesia, publicou: sobre o rosto (1989), manifesto (2005), a oriente (2007), caligrafia dos pássaros (2018). Publicou também a narrativa poética, o baile das luas (1993) e dois livros de viagem. aqui
Nota: Devo ao Manuel Veiga o conhecimento desta excelente Autora açoriana.
Grata, meu amigo.
Hoje passámos ao estado de calamidade, com a abertura da maior parte das "cercas sanitárias". A vida das pessoas, que dependem dos seus negócios, merece. A necessidade de conviver, de ir à escola, de visitar espaços culturais, mostrou nos últimos tempos que precisamos disso como do pão para a boca.
Mas mantenhamos alguma parcimónia nesta liberdade conquistada a pulso, observando cuidados importantes como: utilização de máscara, distanciamento físico, higienização das mãos.
Há pelo mundo regiões que vivem momentos de aflição. As notícias que nos chegam da Índia, nos últimos dias, são aterradoras. A pandemia alastra-se e há falta de tudo, até de espaço digno para cremação daqueles que perdem a vida nessa luta desigual com o vírus.
Em nota de curiosidade e quase anedótico não fosse a tristeza da situação, em Braga, Mire de Tibães, o cemitério lotado há quinze anos leva a que se enterre no passeio.
Autarca diz: "Em 2005 avançámos com o pedido de alargamento do cemitério, porque já nessa altura o Executivo se debatia com a lotação do terreno, mas temos esbarrado com a classificação da envolvente do Mosteiro"-(Mosteiro Beneditino de São Martinho de Tibães)aqui
Ora, meus senhores, ponham os olhos em Sinhozinho Malta que ainda tinha a noção de perguntar "Tô certo ou tô errado?".
Votos de bom Dia do Trabalhador a quem por aqui passar.
Abraços.
02/05/2021
A TODAS AS MÃES
Partilho convosco esta Canção da Mariza que acabo de receber :)
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Veja aqui, na BNP, registos sobre "Estado de Emergência" da autoria de Ângela de Almeida e Henrique Levy . Este autor possui uma biografia e bibliografia interessantes. De explorar futuramente. :)
Imagem: Pixabay
Fascinante homenagem poética à poetisa portuguesa, Ângela de Almeida,
ResponderEliminarVi essa novela do Sinhozinho Malta em que ele estava sempre a dizer; " Tô certo ou tô errado", lol
Para si também um dia do trabalhador muito feliz
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Lindo compartilhamento ,Olinda! Bela poesia! Feliz Maio! bjs, chica
ResponderEliminar"[...]Como dispor a mesa
ResponderEliminarentre os acordes
da distância[...]" ?
Verdadeiramente é uma questão actual que não tem caminho definido de modo permanente. É (quase) um grito, um alerta, um lamento...
"Tratar dos vivos e enterrar os mortos" com... dignidade.
Que o Dia primeiro de Maio seja marcante.
Beijo
SOL da Esteva
Boa tarde de feriado, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarEstou tão desolada pela mortalidade na Índia, aqui no Brasil é assustador também com 400000 mortos ultrapassados como todos sabemos.
Estamos num período assustador e que necessita de muita interiorização e preces.
Para nos consolar um pouquinho, temos a poesia de todo dia... Não conhecia a escritora.
Estamos envoltos no estado emergencial e numa letargia pelo mundo afora nos campos da vida.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Publicação sublime!! Amei :))
ResponderEliminar~~
Coisas de uma Vida
~
Beijo, e um excelente fim de semana.
Gostei do poema da açoriana Ángela de Almeida.
ResponderEliminarSíntome também sensivel ás mas novas que o virus vai deijando ao seu passo.
Convídoa a visitar meu blog.
Passe uma boa fin de semana. Aquí maña é día da nae, mas eu não faço muito caso disses dias.
Beijinhos
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarGostei imenso do poema que transcreve da Poeta Ângela de Almeida, que não conhecia.
Sobre a passagem do estado de emergência ao estado de calamidade, concordo plenamente com o que expôs nomeadamente nos cuidados ainda a ter. Não nos precipitemos, se pretendermos começar a levar uma vida quase normal. Há muita coisa linda que nos espera.
Bom dia do Trabalhador também para si e obrigada.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Olinda,
ResponderEliminarUm poema muito belo de uma poeta que desconhecia e que descreve com sensibilidade e estado que felizmente ultrapassámos.
Também desconhecia este músico, que me surpreendeu pela positiva.
Let God Lead- excelente mensagem !
Apesar de estarmos numa fase mais tranquila, os cuidados têm que ser os mesmos, mas saber que há países que vivem num verdadeiro tormento, toca-nos e emociona-nos.
Que tenha tido um bom dia do trabalhador, é o que lhe desejo também.
Um beijinho e obrigada.
Fê
Agradeço a partilha, pela possibilidade que me deu de conhecer uma autora que desconhecia.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Juvenal Nunes
Querida Olinda,
ResponderEliminarpois eu ontem fui almoçar fora pela primeira vez desde Fevereiro do ano passado! O senhor do restaurante recebeu-nos calorosamente, com um "sejam bem-vindos" e disse que tinham sido meses muito difíceis...
Hoje comprei mais um pacote de máscaras...
Beijinhos
Tenho que procurar a Ângela de Almeida. Gostei muito do poema. Quanto à pandemia, esta tragédia que nunca mais acaba, é como diz, minha Amiga Olinda, ela ainda não acabou. E, se não tivermos todos cuidado, isto desanda. Não custa sermos todos responsáveis.
ResponderEliminarMuita saúde.
Uma boa semana.
Um beijo.
Boa tarde, Olinda
ResponderEliminarfeliz por ter seguido a minha sugestão e
ter trazido para a este belo e prestigiado espaço
uma poeta vibrante e sensível, como é Ângela de Almeida.
e assim contribuir para melhor conhecimento da actual Poesia Portuguesa
beijo
Beautiful blog
ResponderEliminarBoa noite Olinda!
ResponderEliminarUm poema muito bonito. Não conhecia a autora.
Sobre a pandemia, as coisas está muito dificil pra todo mundo, principalmente pra quem depende do comercio.
Aqui na minha cidade o comercio abre quarta, quinta e sexta. Os essenciais funcionam durante a semana toda.
Uma boa semana de maio pra ti!
Beijos!
Excelentes escolhas musicais e um belo poema de uma poetisa que não conhecia, obrigado pela partilha.
ResponderEliminarQuanto à pandemia, temos de continuar a ser responsáveis e cuidadosos para que tudo continue a correr pelo melhor.
Beijinhos
Atrasada mas ainda bem que vim pois li versos lindos de uma poeta que não conhecia, ouvi boa música e um belo poema cantado... e ainda sorri com a curiosidade anedótica. Haja Deus!!!
ResponderEliminarAmiga Olinda, eu já decidi, desconfinarei após a 2ª dose da vacina, em Julho. Até lá, tudo na mesma.
Beijo, muita saúde, feliz Maio.
Olá, Olinda, agradeço a partilha que me fez conhecer essa poeta portuguesa, Angela de Almeida. Assim, conheci um pouco de sua vida e , também, uma obra poética de sua lavra.
ResponderEliminarMuito bom conhecê-la.
Um bom final de semana!
Um abraço
Revendo e completando ideias, sempre encontro novos pontos a suportar o sentimento com as ideias.
ResponderEliminarLiiindo!
Beijo
SOL da Esteva
Valeu entrar aqui com a sensibilidade poética de Ângela Almeida no "estado de emergência". E Marisa num registo impressionante. Vibrante também Jon Batiste and Stay Human.
ResponderEliminarE se o amor vencer, o mundo será, sem dúvida, um bom lugar.
As flores dos lilases vieram na hora certa. Adoro.
Querida amiga Olinda, tenho tido dificuldade em acompanhar o ritmo das publicações. A vida leva-nos.
Um enorme abraço.
Bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda