Chegas. Vens tão ligeira
e és tão ansiosamente esperada, que enfim,
nem te sentindo o passo e já te tendo inteira,
completamente em mim,
quando, toda Watteau, silenciosa, apareces,
é como se não viesses.
Vens... E ficas tão perto
de mim, e tão diluída em minha solidão,
que eu me sinto sozinho e acho imenso e deserto
e vazio o salão...
E, sem te ouvir nem ver, arde-me em febre a face,
como se eu te esperasse!
Partes. Mas é tão pouco
o que de ti se vai que ainda te vejo o arfar
do seio, e o teu cabelo, e o teu vestido louco,
e a carícia do olhar,
e a tua boca em flor a dizer-me doidices,
como se não partisses!
(1890-1969)
Foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras (1930). Em 1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros" (depois de Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano).
A essência de sua poesia é o ritmo “no sentir, no pensar, no dizer”. Dominou amplamente os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, explorando os recursos da língua, a onomatopeia, as assonâncias e aliterações. aqui
Ver:
Post I
Antoine Watteau
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Post I
Antoine Watteau
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Imagem:Campinas: Paisagem Urbana
Vivi tantos anos no Brasil e não conhecia Guilherme de Almeida, mas, agora já sei muito e já que te vais associar às homengens feitas em Campinas, vou aprender mais.aqui contigo. Agradou-me muito tudo o que aqui li sobre ele e os poemas são belissimos. Obrigada, querida amiga, pelo tanto que nos ensinas aqui; é imperdoável que eu desconheça este grande Senhor, tendo tanta ligação ao Brasil e precisamente ao Estado de S. Paulo. Estarei aqui para acompanhar esta tua homenagem. Um bom fim de semana! Espero que estejam todos bem aí em casa, principalmente com saúde. Um grande abraço e boa noite
ResponderEliminarEmilia
Este "Idílio suave" de Guilherme de Almeida é duma intensidade tal que tomamos por nossos, os versos e os sentimentos.
ResponderEliminarMagnífico? É pouco.
Obrigado por no-lo trazeres.
Beijo
SOL
Delicio-me com o sentir de Guilherme de Almeida. É um poeta de amplos recursos linguísticos.
ResponderEliminarBeijinhos, querida Olinda.