E Serei Veleiro

Um dia serei magma
E a forma mais ténue de um poema
Apenas.

E serei vulcão aceso
E a palavra tatuagem rubra
À flor da pele de meu desejo...

Destrancarei então nossas bocas
E soltarei os barcos
E serás pasto de labaredas
E serás corpo.

E grito.

E percurso e viagem
Enseada e recanto
E porto dobrado

E serás gruta
Onde fundeio...

E serei veleiro
E cisne. E lago...

Manuel Veiga

In:Caligrafia Íntima, (clic) 
 pg. 97

O que levará um homem a querer ser magma e vulcão, e veleiro e cisne e lago? Talvez o Amor. Talvez a Paixão. Partindo da forma mais ténue de um poema vai  de transformação em transformação, a Poesia toma conta de si, já é palavra tatuagem rubra, já é corpo, já é grito ... E, decididamente, será Veleiro e tudo o mais que ele queira ser.

Nasceu em Matela, concelho de Vimioso (Trás-os-Montes) e reside em Bobadela - Loures. É licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Exerceu advocacia alguns anos no início de carreira, que depois prosseguiu como consultor Jurídico em Municípios da Área Metropolitana de Lisboa e, mais tarde, como Inspector Superior da Inspecção Geral da Educação, onde desempenhou funções no respectivo Gabinete Jurídico. Ler mais... Aqui

Também podemos encontrar Manuel Veiga aqui, no seu blogue Relógio de Pêndulo.



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Quinzena do Amor - De 31/01  14/02

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1ª imagem - Vulcão do Fogo, Cabo Verde
2ª imagem: daqui
3ª imagem: daqui