sábado, 11 de fevereiro de 2017

Busque Amor novas artes, novo engenho




Busque amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.




Ai, o mal de amor. Quem melhor que Camões o descreve?

A propósito, vá ao blogue Horas extraordinárias onde encontrará notícias recentes deste nosso Poeta maior, mais precisamente, sobre "Os Lusíadas" ou a sua autoria.

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Poema: Lírica camoniana

8 comentários:

  1. Camões era um apaixonado sofredor.
    Vou lá ver agora.
    Se quiser dar uma olhada aqui, é capaz de gostar.
    http://imagensdaelvira.blogspot.pt/
    Um abraço e bom fim de semana

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  2. Delicio-me sempre com a leitura dos seus sonetos líricos,
    apesar de saber que o eu poético correspondia ao eu autoral
    e do sofrimento do poeta.
    Apesar do temporal, um final de fim de semana muito caloroso
    e agradável.
    Abraço
    ~~~

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  3. Um sentimento muitas vezes dificil de gerir...


    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  4. O poeta na sua genialidade sempre nos fala dos amores e suas peculiaridades
    Um poema admirável do grande camões
    Que o dia te acolha com braços longos e sorrisos largos
    Beijos

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  5. Buscar novas artes, novo engenho, é busca que me urge fazer (felizmente não no amor).
    Curiosamente, ao começar a ler, pensei que era de algum autor brasileiro!
    Beijinhos, bom domingo :)

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  6. Olá, estimada Olinda!

    Como está? E os passeios foram bons? Deus queira que sim.
    Mto obrigada pela sua visita e comentário no meu blogue.

    Considero Camões o símbolo máximo do Amor e o melhor escritor português do género, até agora.

    Este soneto é fantasticamente belo e sofredor, e esperança é sentimento que, raramente, bafejou Camões.
    O último terceto é algo avassalador, pke é antagónico, pedinte, interrogativo e nunca mais li ninguém a dizer as coisas, desta forma e eu leio, com alguma assiduidade, embora seja "viciada" na escrita, devo confessar.

    Estávamos no século XVI, e segundo julgo, o sofrer d' amor ou por amor estava na "moda", mas ninguém a soube usar, tão distintamente, de maneira tão elevada, qto o nosso maior poeta, ninguém. Nos séculos seguintes e ainda hoje os poetas têm tendência para amores desafortunados, não correspondidos, saudosos, enfim, desgraçados, sofridos, mas ninguém a ele se assemelha. Há quem o faça mto bem, pucos, e há quem se arraste como coro de carpideiras, pke o Amor, nos tempos contemporâneos, e salvo raras exceções, não é entendido, nem concebido para sofrer, mas para ter com ele prazer. Não me refiro ao "amor" descartável: use, usufrua e deite fora, mas ao amor com "A" maiúsculo.

    Estive no blogue que nos indicou, li os comentários, mas duvido mto, que não tenha sido Luís de Camões que tivesse escrito todos os Cantos desta Epopeia. Se fosse outra pessoa, mesmo próxima, nunca conseguiria escrever de forma idêntica à dele, pke ele foi, é e será único, mas sei que, está na "moda" dizer-se que isto ou aquilo não é afinal assim ou assado e que não é de "x", mas de "y". Um dia destes, vão dizer que os Maias não foram escritos por Eça de Queiroz, mas por alguém que convivia com ele diariamente e "vai na volta" até dizem que foi um parisiense, que sabia português.

    Beijos, dias felizes e boa semana.

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  7. A minha formação académica é das letras.
    Li, estudei e trabalhei, em contexto de aula, inúmeras figuras literárias.
    De Camões pode-se afirmar: "engenho e arte" só a ele pertencem.
    Bjo, amiga

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  8. Fui ao link indicado, é sempre importante ter conhecimento destas incursões literárias.

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