A navegação por aqui tem estado um tanto parada. Este meu veleiro carece de vento favorável, está meio avariado, tendo o écran ficado todo branco há já uns dias. Aliás, já vinha dando sinais que não foram levados em conta. O pessoal engenhoso cá de casa teve a ideia de ligar o portátil ao monitor de um PC, que também já teve dias melhores. A coisa agora parece-me um tanto desmesurada e com fraca resolução. Mas, adiante.
Nos meus últimos quatro posts fizemos uma pequena viagem pela região biogeográfica da Macaronésia, região que engloba quatro arquipélagos e um enclave no continente africano, com características comuns em termos de flora e fauna, espécies únicas no mundo. Há quem diga que Cabo Verde não terá assim uma floresta que se veja, excluindo-o até do grupo... Esta circunstância não impede estes arquipélagos de interagirem, de terem uma representação, espaço de concertação política e de cooperação, com uma forte componente cultural.
Como devem estar lembrados, relemos aqui alguns poetas que nos deliciaram com a sua escrita. Poemas a celebrar o mar, a beleza das ondas, o vento, a magia dos búzios e apontando, por outro lado, o preço da insularidade.
Ouçamos a propósito a fala deste miúdo, o João, hoje talvez na casa dos 60 anos, numa voz plena de emoção e com alguma saudade:
Com um olho semi-aberto e o outro fechado espreitava o mar que encapelava e uma onda gigantesca que desabava sobre o convés do pequeno barco varando-o de um lado ao outro. Não conseguia distinguir o que eram lágrimas do que era água do mar. Preferia refugiar-me num recanto dentro de mim enquanto o meu corpo se abandonava balouçando-se ao sabor das intempéries. Senti que alguém me pegava numa asinha e me depositava em cima da câmara, um género de porta na horizontal que dava acesso ao porão. Eu, nem ai nem ui e nem o conseguiria mesmo que quisesse... E ali fiquei, acusando as vísceras os efeitos devastadores daqueles rigores marítimos. Sabia que depois das férias, no regresso às aulas, repetir-se-ia a mesma cena... ou então, aconteceria o contrário, com o mar em calmaria, passando o veleiro horas e horas, senão dias, à deriva...
Muito obrigada pela vossa companhia.
Desejo-vos um óptimo domingo.
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Ver: Floresta Laurissilva
1ª imagem - daqui
Fotografia by anka zuhravleva
3ª imagem - daqui
A tecnologia tem coisas... Eu também andei com problemas com o pc. Não tenho portátil e o pc já é velhinho. Era do Pedro, que quando casou há dez anos o deixou pois já era velho, e comprou outro.
ResponderEliminarNa altura eu nunca tinha mexido num pc e nem sabia sequer como o usar, mas aos poucos fui experimentando, e fui aprendendo. Entretanto ele já "pifou" uma vez, há 4 anos e levou a motherboard e memória. O ano passado voltou a "pifar" e foi o disco rígido que ardeu.
Ultimamente cada vez que hibernava, já não ligava. Foi a primeira vez ao técnico, que o ligou, e nem me levou dinheiro pois não lhe encontrou nada. Passados dois dias, deixei-o ligado, ele hibernou e nunca mais acordou. Voltou ao técnico que o ligou e voltou a não levar dinheiro dizendo que não lhe encontrou nada, mas para eu não andar todos os dias a ir para lá com ele, desativou-me a hibernação.
Um abraço e bom domingo
~
ResponderEliminar~ ~ Fiquei dececionada!
~ ~ Estive todo este tempo à espera de um soberbo "post" sobre os Açores e os seus poetas!
~ ~ Boa noite e uma boa semana, a primeira deste Outono.
~ ~ ~ ~ Cordiais saudações. ~ ~ ~ ~
:)
EliminarTransmissão de pensamento. Eu a aceder ao seu perfil e a Majo a deixar-me este comentário. Também transmissão de pensamento em relação aos poetas dos Açores: é minha intenção voltar com alguns poemas. Para já, dedico-lhe este poema, Ilhas de Bruma, de Manuel de Medeiros Ferreira:
ILHAS DE BRUMA
Ainda sinto os pés no terreiro
Onde os meus avós bailavam o pezinho
A bela Aurora e a Sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no olhar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
No coração a ardência das caldeiras.
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.
Manuel de Medeiros Ferreira
O Outono apresentou-se agradável e com bom Sol. Será que nos vai compensar com belos dias de Verão?
Abraço
Olinda
Sou uma xereta (rss), mas nada entendo de computadores. Se tenho algum problema, antes de chamar o técnico tento de tudo. Como sempre, inutilmente. Lindo poema você ofereceu à Majo. O mar é inspirador, mesmo quando em tormenta, mas quem nele navega não pode perder a esperança.. Bjs.
ResponderEliminar~
ResponderEliminar~ ~ Estimada Olinda.
~ ~ Não conhecia o poema e fiquei muito emocionada.
~ ~ Vivo no Algarve, Lagos, de onde o meu pai é natural, mas tenho 50% dos meus genes açorianos. Adoro o mar e as nossas ilhas.
~ ~ Presumo que vive na Madeira: é uma pessoa misteriosa para quem chega!
~ ~ Porque não abre um mail só para os amigos da blogosfera?
~ ~ Que venha um Outono ameno e agradável. ~ ~
~ ~ ~ ~ Abraço. ~ ~ ~ ~
Cara Majo
EliminarO poema, uma canção composta, com letra e música, por Manuel Medeiros Ferreira falecido no princípio deste ano, é considerado por muitos o hino dos Açores. A versão que inseri acima vinha com o nome José Ferreira. Alterei isso.O próprio autor, Manuel M. Ferreira, reconheceu, numa entrevista, que tem havido ao longo dos anos várias versões. Até lhe falta uma quadra... Talvez faça um post sobre esta tão querida figura açoriana.
Também eu tenho nos meus genes um forte pendor ilhéu, mas ando por Lisboa e arredores. Por falar em Lisboa, viu a carga de água que caiu ontem?... E eu a desejar "belos dias de Verão", na ante-véspera da chegada do Outono. :)
A ideia de ter um mail é interessante. Mas dá-se o caso de não ter tempo para lhe dar a atenção devida. Por vezes, passo dias e dias sem aceder ao correio electrónico. Esquisito, não é? E digo-lhe mais, a própria manutenção deste blog ressente-se com esta minha precária disponibilidade. Inicialmente respondia aos comentários, uma forma de trocar ideias que eu adoro, mas depois, olhe, não consegui manter o ritmo. :(
E a Majo por onde anda na blogosfera? Acedi ao seu perfil mas apareceu-me um não-perfil.
Muito obrigada pela sua simpatia.
Bj
Olinda
As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
ResponderEliminarLindos dias de outono!
Beijos Marie.
Computadores são maquinas que também se cansam e nos cansam demasiado.
ResponderEliminarTantas viagens,perguntas e respostas.
De asas abertas navegamos em descobertas.
Quando a máquina pára parece que algo nos falta. Parece que o mundo ficou mais coxo,mais cego e mais torto.
Olinda, a tua companhia faz-nos falta, por isso, leva-me já esse PC ao DR.
ResponderEliminarOla Olinda!
ResponderEliminarDe volta com saudades como tenho vindo a dizer!
Mas deparei com um problema que não criei e que vejo que tem outro. É que o feed do anjoazul- título experimental que nasceu das pouquíssimas aulas de informática que tive-- dexou de ter Feeds que mal sei o que é mas deduzo...o que torna mais invsível os posts.
Depois, seu post com viagens que nos trazem sempre enorme enriquecimento
Mui beijinhos
Maravilhoso este seu post.
ResponderEliminarQuanto aos problemas com os computadores e no meu caso
que não entendo nada das partes técnicas, é um sarilho
constante. Espero que tudo fique normal.
Bj.
Irene Alves
Cara Irene
EliminarTenho tido alguma dificuldade em ler e comentar no seu blog "Magia". A página treme toda... Será que o problema do meu portátil já se transferiu para aí?
Se ler esta mensagem diga-me alguma coisa, sim?
Bj
Olinda
... Parece-vos bem que me junte ao grupo?... Acho haver perdido uma quantidade imensa de material que não recuperarei. Antes encalhar!
ResponderEliminarDizer que Cabo Verde possa ter uma "floresta" que faça jus á Macaronésia já é preciso ter... a tal floresta.
Vamos esperar ver resolvidos os problemas que nos afectam e depois...
Um dia destes (???) terei conhecimentos de informática.
Beijos
SOL
Presos a um sopro de vento
ResponderEliminarOI OLINDA!
ResponderEliminarE QUANDO "ELES" OS PCS FALHAM, FICAMOS DESASADOS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
º° º°。☆ ★彡
ResponderEliminarHello et MERCI chère Olinda !!!
C'est beau ! J'aime venir visiter ton joli blog.
GROS BISOUS D'ASIE
Bonne continuation !!! ✿✿º°。
Meus amigos, irmãos nesta luta com os pc's, portáteis e quejandos, muito obrigada pela vossa presença e pelos vossos comentários.
ResponderEliminar:)
Abraço
Olinda
Olinda, li com prazer o parágrafo sobre o mar, mas com descontentamento as más novas tecnológicas! Espero que já esteja tudo melhor resolvido!
ResponderEliminarBeijinhos