Este poema não traz título. Este, retirei-o do último verso. Fernando Assis Pacheco faria agora 75 anos, ontem. Um poeta com várias vertentes, com um grande talento.
Um homem tem que viver.
E tu vê lá não te fiques
– um homem tem que viver
com um pé na Primavera.
E tu vê lá não te fiques
– um homem tem que viver
com um pé na Primavera.
Tem que viver
cheio de luz. Saber
um dia com uma saudade burra
dizer adeus a tudo isto.
Um homem (um barco) até ao fim da noite
cantará coisas, irá nadando
por dentro da sua alegria.
cheio de luz. Saber
um dia com uma saudade burra
dizer adeus a tudo isto.
Um homem (um barco) até ao fim da noite
cantará coisas, irá nadando
por dentro da sua alegria.
Cheio de luz – como um sol.
Beberá na boca da amada.
Fará um filho.
Versos.
Será assaltado pelo mundo.
Caminhará no meio dos desastres,
no meio dos mistérios e imprecisões.
Engolirá fogo.
Beberá na boca da amada.
Fará um filho.
Versos.
Será assaltado pelo mundo.
Caminhará no meio dos desastres,
no meio dos mistérios e imprecisões.
Engolirá fogo.
Palavra, um homem tem que ser
prodigioso.
Porque é arriscado ser-se um homem.
É tão difícil, é
(com a precariedade de todos os nomes)
o começo apenas.
prodigioso.
Porque é arriscado ser-se um homem.
É tão difícil, é
(com a precariedade de todos os nomes)
o começo apenas.
1937-1995
Poema publicado pelo blog:Bibliotecário de Babel
Olinda querida:
ResponderEliminarAssis Pacheco será eterno, enquanto houver almas, que como nós, o lembrem e entendam.
Bj.
Maria
Sim, Maria, um poeta que escreve com um coração de experiências vividas.
ResponderEliminarBj
Olinda
Boa tarde, olinda!
ResponderEliminarGostei muito e não conhecia.
Beijo,
Mara
Querida Mara
EliminarNão se ouve falar muito deste poeta. Alguns blogs recordaram-no agora por altura do seu aniversário e publicaram alguns dos seus poemas, talvez dos menos polémicos.
Beijinhos
Olinda
Conheci-o pessoalmente: enorme, barbudo, com um nariz imenso ...ao lado da mulher, pequenina, gravidérrima da terceira ou quarta filha .
ResponderEliminarTrabalhei com as filhas mais velhas enquanto estagiária no Jradim-Escola João de DEus, situado na Estrela(Lisboa)
Gostei do poema .
Abraços
Grata por este seu testemunho, São.
EliminarE tudo nos parece tão mais próximo...
Obrigada
Bjs
Olinda
Boa homenagem a um homem que sabia sentir e ler as realidades.Se fosse vivo estaria a sofrer muito agora.
ResponderEliminarBoa homenagem.Beijinhos/Irene
Olá, Irene
EliminarÉ como diz. Obrigada pela sua vinda aqui.
Beijos.
Olinda
Eu queria saber viver assim, no âmago da poesia, retirar de tudo a beleza que há. E sair do mundo, leve como uma pluma!
ResponderEliminarObrigada por mais esse presente, Olinda!
Um beijo enorme!
;)
Minha querida
EliminarQue coisas lindas tu dizes! E sabes transmiti-las tão bem! Encheram-se-me os olhos de lágrimas ao ler estas tuas palavras...
Beijos
Já disse à dias num blogue, (espero não tenha sido neste para não me repetir) que nunca li Fernando Assis Pacheco). Não sei porquê, embora seja um poeta contemporâneo. A determinada altura, comecei a ler poesia no feminino e desde aí só um ou outro poeta que partilham nos blogues, ou Mia Couto Vinicius ou Drummond. Mas gostei do poema, como gostei do outro que li à dias.
ResponderEliminarUm abraço
Olá, Elvira
EliminarSigo esse seu blog onde divulga poesia no feminino. É um trabalho meritório a divulgação dessas autoras.
Os meus parabéns.
Beijo
Olinda
O começo apenas
ResponderEliminarde ser...
o homem!
Homem com garra
Homem de farra,
Porque será?
Todos o comem!
Belo exercício, Maria!
EliminarBj
Olinda
Minha querida Olinda
ResponderEliminarPerdão por não ter vindo atempadamente, como era meu dever.
Tenho andado com problemas de saúde a nível familiar (marido) que me tem ocupado muito tempo (e preocupação, também).
Falando do poema que hoje publicas, só posso dizer que gostei muito. É um poema com muito vigor e força.
"um homem tem que viver
com um pé na Primavera." - 2 versos fabulosos.
Tenho que dar-te os parabéns pela escolha.
Reportando-me ao post em que publicaste o meu modesto poema, não sei, por palavras, transmitir-te como me senti honrada por isso, e grata pelas tuas palavras de apresentação.
Só posso dizer-te OBRIGADA.
O meu blog continua na mesma e nem sei mesmo se algum dia o Blogger me dará solução. Tenho que começar a pensar em resolver o assunto doutra maneira... mas preciso coragem.
De qualquer modo, no dia 14 publicarei um post, como prometido.
Continuação de boa semana. Beijinhos
Querida Mariazita
EliminarAntes de mais desejo que o teu marido esteja melhor.É preocupante quando temos alguém da família doente. Espero que não seja nada de grave.
Adorei ler o teu poema que é amor, muito muito amor. :) Adorei também publicá-lo e fi-lo com todo o carinho. Andei à procura de uma figurinha ideal para o ilustrar mas não tive muitas opções. Espero que não tenhas desgostado muito da imagem que eu coloquei... :))
Eu também gostei muito deste poema de Assis Pacheco, e os versos que indicaste têm realmente muita força.
O problema no teu blog é bastante desagradável. Desejo que no dia 14 possamos festejar como mereces.
Beijos
Olinda
Que bom que também tivesse gostado de ler John Chauffer Russo.
ResponderEliminarVeremos se eu o consigo encontrar. Adora voltar a relê-lo.
Beijinhos
Irene
É pena eu ter perdido o meu livro de vista. São leituras que nos acompanham, talvez porque as fizemos numa fase da vida em que a nossa fantasia estava no auge: a adolescência. :)
EliminarBj
Olinda
Foi um homem extraordiário.
ResponderEliminarNão só como poeta e escritor, mas também como jornalista, crítico, tradutor, actor e mais algumas coisas...
Merecida homenagem.
Olinda, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Caro Nilson
EliminarObrigada por trazeres mais informações sobre este nosso poeta, cuja vida e obra merecem maior divulgação do que a que lhe tem sido dada.
Abraço.
Olinda
Sempre com escolhas de grande sensibilidade e recuperando valores humanos injustamente relegados para segundo plano. Excelente ideia a de recuperar este poema. Transmite o alento necessário e homenageia merecidamente.
ResponderEliminarBeijinho, minha amiga.
Olá, querida Ana
EliminarObrigada pelas suas palavras cheias de apreço.
:)
Beijinhos
Olinda
Olinda vim agradecer sua amável visita e sou premiada com a poesia de Fernando Assis Pacheco um poeta que escreve com a alma
ResponderEliminarBeijinhos obrigada pela visita
Olá, Anita
EliminarSomos ricos pelos poetas e prosadores que temos na língua portuguesa. É sempre um prazer receber a sua visita. :)
Beijo
Olinda
Querida Olinda, perdão por não ter vindo comentar o último post.
ResponderEliminarO trabalho tem tomado um pouco do tempo.
Mas venho agradecer tuas sempre e gentis palavras o que para mim é um alento.
Quanto ao poeta, ele não morre, mas vive através das sagradas letras, assim como Fernando Assis Pacheco que ainda não conhecia, mas está sendo um prazer.
Por ora deixo um fraterno e afetuoso abraço e um beijo.
Meu amigo Antônio
EliminarSempre que não puder aqui vir vou eu ao seu espaço, um recanto valorizado pelos seus belíssimos poemas. As minhas palavras são merecidas e desfruto sempre de momentos aprazíveis na leitura que tão generosamente nos proporciona.
Sim, o poeta não morre, com as letras se vai da 'lei da morte libertando', parafraseando o nosso Camões.
Grande abraço
Olinda