Diz-me tudo
Diz-me dos silêncios inquietos que cantam no teu olhar
do rio de palavras selvagens preso em ti
das melodias vadias que escreves ao luar,
diz ao desassossego que ateias em mim
o poema que quero entender
e quando a minha pele começar a enrubescer
diz-me tudo.
Não deixes nada por dizer.
Diç-me todo
Diç-me ls siléncios zanquietos que cantán ne l tou mirar
de l riu de palabras salbaiges preso an ti
de las melodies bagamundas que scribes a la lhuna
diç al zassossego que chiçcas an mi
l poema que quiero antender
i quando la mie piel ampeçar a aburmelhar
diç-me todo.
Nun deixes nada por dezir.
TERESA ALMEIDA SUBTIL
In:
Rio de Infinitos
Riu d'Anfenitos
Pgs 58 e 59
Obra escrita em Português e em Mirandês
Querida Teresa, mais uma vez a invadir as páginas deste seu livro. A minha dificuldade esteve na escolha, e quem já teve a oportunidade de o folhear percebe logo o que quero dizer.
O tango chegou agora ao "Xaile", não numa interpretação dita clássica mas a convidar a uma boa milonga.
Apreciemos este Silêncio da Orquestra Negracha
Sobre a autora.
Atentemos nestas suas palavras:
O meu voo nas palavras começou muito cedo através da leitura. A leitura foi, de facto, a grande motivação. Pela leitura rasguei caminhos, abri horizontes, viajei por espaços de enorme encantamento. O mundo abria-se para mim de maneira surpreendente e percebi que a vida é a ideia que dela fazemos. Penso que quem tem o prazer intenso de ler, acaba por sentir necessidade de comunicar as suas próprias emoções, acaba por descobrir o prazer de escrever. O que seria a vida sem emoção?
E mais...Aqui
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Título do post: o último verso do poema, em português e em mirandês.
Imagem: daqui
Excerto sobre a autora - Blog Memórias... e outras coisas... Bragança
Que magnífico poema aqui encontro, Olinda! A Teresa Almeida é maravilhosa, gosto muito dela e de seus poemas - belas criações, sempre.
ResponderEliminarNão deixes nada por dizer é tocante.
Parabéns pela postagem, querida Olinda, deixo um beijo para vocês duas.
Ótima semana - a outra metade dela.
E aqui tens partilhado connosco, querida Olinda, belas cartas de amor e também poemas que dele falam; informações nos tens dado dobre os seus autores que para mim, alguns, são desconhecidos; vários tipos de amor tens tratado aqui e, sendo amanhã dia dos namorados, dia dedicado ao amor, não podeias ter tido melhor ideia. Penso que, amanhã, não devemos pensar no amor dos namorados, porque esse, durante esse período, até sobra e tudo é mel; devemos sim, reflectir sobre as barbaridades que se cometem em " nome " do amor, pais que matam os filhos por acharem que só eles são capazes de os amar, filhos que tratam os pais com desprezo, esquecendo-se da dedicação extrema que receberam, idosos que são maltratados por estarem vulneráveis e sem condições de se defenderem. É nesse amor que não se dá, nesse amor que destrói, nesse amor que falta no mundo que deve estar presente em nós amanhã e não só. Se tivermos a graça de sermos amados, se formos pessoas capazes de amar, então sim, devemos festejar e agradecer a bênção de estarmos rodeados de amor. Gostei muito de todos os teus posts que li com muita atenção, apesar de não ter comentado. Tenho a certeza que és uma pessoa capaz de dar muito amor e o melhor que posso desejar-te é que te sintas sempre muito amada. Um abraço, querida amiga, carregadinho de amizade
ResponderEliminarEmilia
Volto sempre, porque sei que há algo a corrigir e não me engano. Vamos lá...
Eliminarsobre...poderias...
será que não tem mais?
Beijos e desculpa, amiga!
Emilia
A Teresa é uma grande Poeta. Fica muito bem aqui nas cartas de amor porque a linguagem amorosa está-lhe no sangue…
ResponderEliminarUm beijo enorme.
Querida Amiga.
ResponderEliminarGostei muito do poema arrebatador da Teresa.
Abraços para ambas.
O tango combina muito bem com este texto e
com o que vou apresentar no fim de semana...
É verdade, também escolhi um tango...
Quando se fala em paixão acontecem destas
coincidências.
Beijinho
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Convidativa e gostosa milonga! Apreciei tanto este Silêncio da Orquestra Negracha! Bela prenda, querida Olinda!
ResponderEliminarTomada pela emoção, faltam-me as palavras. Só posso dizer da gratificação que sinto e da felicidade em a ter encontrado no mundo da blogosfera.
Meu imenso abraço de reconhecimento.
Teresa Subtil fala tão bem do amor e dos seus meandros! O poema é tão juvenil e fresco! Não podia, realmente, faltar nesta temática.
ResponderEliminarObrigada por esta partilha!
Bjo!