Como um aviso*
Quando as espigas surgiram de repente
nos sulcos das searas, sem que o braço e a foice
afagassem o trigo, houve homens
que se amarraram à terra aguardando que o corpo
se transformasse em campo lavrado.
Houve mulheres que cegaram, em plena
madrugada, perto dos pomares.
Houve meninos que se fecharam por dentro
dos segredos que as mães guardam no sangue.
Houve pássaros que suspenderam o voo
sobre as casas desertas. Como um aviso.
In: Uma Vara de medir o Sol
pg.52
GRAÇA PIRES
*
Título do post retirado do último verso.
Peço à autora me releve a liberdade.
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Imagem: Pixabay
bj para as duas
ResponderEliminarLindo, maravilhoso excerto.
ResponderEliminarBoa semana
Beijinho
Às vezes, esperamos colher frutos e nada acontece (as espigas cresceram e ninguém as colheu): neste mundo, nada nos é dado e não podemos dizer que nos é devido isto ou aquilo, porque simplesmente não temos direito a nada.
ResponderEliminarPoderá não concordar com o que digo, mas é uma constatação.
Não sei se o poema se refere a isto, indiretamente.
Claro que acho injusto.
Boa semana.
Esqueci de dizer que tenho um post sobre os comentários que me têm colocado. Já os publiquei.
ResponderEliminarAs aves surgem como aviso num poema atravessado pela dor, como se incêndio fosse.
ResponderEliminarUma extraordinária criação poética de Graça Pires.
Bom olho, querida Olinda!
Beijos às duas.
Muito obrigada, minha Amiga Olinda pela divulgação. Fico sempre sem jeito com o seu carinho…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Muito lindo.
ResponderEliminarArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Um poema marcante.
ResponderEliminarJá lhe conheço a veia desde há tempos que a blogosfera vai enevoando.
Abraço
jorge
www.tintapermanente.pt
poema (quase) épico!
ResponderEliminarcomo se coro da Tragédia fosse...
admirável Poeta. e um livro precioso.
feliz, amiga Olinda
por te saber admiradora da poesia da Graça Pires
beijo
Querida Olinda
ResponderEliminarExtraordinário excerto que escolheste da nossa querida Graça.
Sou fã da sua poesia, que merece divulgação.
Um santo e feliz Natal, para ti e tua família.
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Esses poemas da Graça que parecem prosas poéticas, ou essas prosas poéticas que parecem poemas, e que, independente disso, têm beleza natural. Gostei da imagem. Um abraço, Olinda.
ResponderEliminarMensagem muito especial a deixar sulcos na sementeira dos sentidos.
ResponderEliminarParabéns, Olinda, pela escolha. Parabéns, Graça, pela mensagem.
...Mais que perfeito.
Beijo ás duas.
SOL
Olá, querida Olinda!
ResponderEliminarÉ lindíssimo este poema da amiga Graça.
Este e todos os que nos dá a ler no livro "Uma vara de medir o sol" (que título fabuloso!!), onde expõe as suas preocupações com o futuro da Humanidade.
Não resisto a deixar aqui mais um versinhos:
"...somos a sombra
de uma vara, presa à inclinação do sol,
que define a vertigem que nos derruba
e que nos ergue."
Beijos, para ti e para a poeta.
É bela, a poesia do discurso desconstruído da Graça.
ResponderEliminarPara si, dias gloriosos, verticais, plenos de paz e harmonia.
Beijinhos, Olinda.
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Querida Olinda, demorei a chegar, ou melhor, a comentar, pois vim aqui algumas vezes , mas saí sorrateiramente, sem dizer nada; não queria que me vissem, pois a Beatriz estava a reclamar da falta de atenção por parte da vovö.e nāo podia demorar a conversar. Gostei muito deste poema da Graça e achei muito bonita a tua atitude, pois ela merece todo o nosso carinho. Como deves calcular, já conhecia o poema, pois sou frequentadora do maravilhoso " ortografia do olhar " ( adoro este nome...), embora tenha andado mais ausente que o costume; vejo aqui à direita que há um novo post , a Mulher com olhos azuis que, como sempre, deve ser uma maravilha. Olinda, muito obrigada pelo belo momento e deixo um beijinho muito especial às duas com votos de que tenham alegria, saúde e muita paz. Voltarei aqui antes do Natal, com toda a certeza. Boa noite, amiga!
ResponderEliminarEmilia
A excelência da poesia da Graça é uma constante.
ResponderEliminarE este poema não foge à regra.
Olinda, um bom fim de semana e um Feliz Natal.
Beijo.
Desejos de Festas Felizes e que o BOM, o seja para sempre.
ResponderEliminarBeijo
SOL
Palavras sentidas e belas como sempre nos oferece a nossa amiga Graça.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Olá, estimada Olinda!
ResponderEliminarA Graça escreve mto bem e tem uma forma mto peculiar de o fazer.
Pois, qdo as "coisas" acontecem fora do seu tempo, ou acontecem por maus incentivos, há sempre palavras, que se lançam, que gritam e gente infeliz e os animais costumam anunciar essas desgraças.
Desejo-lhe um Feliz Natal e um Ano Novo com saúde e coisas boas.
Beijos e muitas felicidades.
Esse pedaço de livro da Graça Pires diz tanto, como se por encanto o coração entendesse o que a alma sente e a luz se fizesse à mente do que é belo é não esclarecer, mas iluminar. Grande poema da Graça que nos partilhas. Minha gratidão! Parabéns pela postagem! Bom Natal e Próspero Ano Novo! Laerte.
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