Na noite longa
minha alma
chora sua fome de séculos
Meus olhos crescem
e choram famintos de eternidade
até serem duas estrelas
brilhantes
no céu imenso.
E o infinito se detém em mim
Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma
E eu choro marítimas lágrimas
Enquanto meu desejo heróico
de engolir os céus
se alarga
e é já céu
Tenho então
a sensação esparsamente longa
de vogar no absoluto.
(Selô,1962)
MÁRIO FONSECA
Quem foi Mário Fonseca, ou seja, Mário Alberto de Almeida Fonseca? Veja aqui.
Entretanto, sempre vou dizendo que nasceu na Praia, Cabo Verde, e que foi um Poeta revolucionário,
escritor, visionário e ex-combatente pela liberdade da Pátria (1963/74).
Cabo Verde tornou-se independente em 5 de Julho de 1975. Durante este mês de Julho trarei alguns apontamentos relacionados com a sua literatura.
Desejo-vos um bom domingo.
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Fui buscar o poema ao site de António Miranda.
Adorei o poema; há muito que não lia um poema que me "assenta como luva" em termos literários. Obg pela partilha.
ResponderEliminarBjinho :)
Com uma elaborada concisão, o autor foca o fundamental,
ResponderEliminarnuma expressiva, harmoniosa e depurada imagética.
Gostei de conhecer Mário Fonseca e aguardo novos poemas.
Beijinho, Olinda.
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