Marroio (Marrubium vulgare)
"Interrompo aqui as receitas, por muito boas que me pareçam, porque às vezes na vida é necessário parar-se e pôr as ideias em ordem antes de continuar a viver. E acabo de me lembrar do enorme valor do marroio, uma planta mágica que cresce nas matas e dá umas pequenas flores brancas. São muitos os seus poderes porque é capaz de ser algo diferente do que parece e, como muitas pessoas não são capazes de se controlar perante uma situação de que muito esperam, a mata de marroio engana-nos com o seu humilde aspecto de planta agreste e selvagem, pouco habitual num jardim monumental, para depois nos surpreender ao libertar um forte aroma a maçã. Porque na Natureza, como na vida, nada é o que parece, e nem as flores do marroio são maçãs nem há pomares de maçãs que cheirem tão forte e intensamente como o marroio. Encontrareis esta plantinha sobretudo em zonas ensolaradas, e por isso creio que estimula os apetites e melhora os processos digestivos quando é tomada em infusão, que preparareis fazendo ferver uma chávena de água e acrescentando duas colheres de flores bem moídas. Melhorará a dor de estômago, limpará o fígado e aliviará os rins. Eu uso-a também como contacto, aplicando-a como droga para as feridas, porque entontece a pele e adormece as dores, tornando menos penosos certos dias das mulheres. Para muitas, que não só sangram pelo útero, como pela alma, ferida de cura difícil, esta droga costuma ser tão mágica como o seu aroma promete, porque maçã e mulher combinam bem e por vezes têm tecido grandes remédios contra o aborrecimento." Pg.47
Este excerto é o capítulo 16 de um livro que estou a ler intitulado, Erva-do-diabo, de Teresa Moure, que se refere a si mesma assim:
Gosto de livros, dos filmes de Humphrey Bogart, de beijos, de rir, da revolução, da poesia, do jazz, dos armários bem arrumados, dos quadros de Magritte, de morangos e da utopia. Mas do que mais gosto, é de virar o mundo de pernas para o ar. Para que os tópicos não criem raízes e nem eu mesma acredite que é verdade tudo o que digo.
Lê-se na contra-capa que Erva-do-diabo toma como pretexto a figura de Descartes, em que três mulheres são testemunhas privilegiadas das andanças do grande filósofo: a rainha Cristina da Suécia que o hospedou no seu castelo poucos meses antes de morrer, a sua amante holandesa Hélène Jans e Inês Andrade uma estudante actual empenhada em revelar o perfil mais íntimo de Descartes, um homem que não soube amar e viveu nesse triste vazio cavado pela paixão mal vivida.
Bem. O que posso dizer do livro? Neste momento estou precisamente na página 47 ( já lá vão alguns dias desde que comecei a lê-lo) e sei que a história ainda não me agarrou, ou seja, a maneira de escrever da autora. Ela tem falado da rainha Cristina ao mesmo tempo que intercala esses capítulos com excertos do tal livro de Hélène Jans. Não sei se já vos disse que gosto muito de romances históricos em que os autores misturam factos reais com ficção, produzindo diálogos que quase nos fazem entrar na vida das personagens. Com Teresa Moure isso ainda não me aconteceu. Mas tenhamos paciência...
Segundo Manuel Rivas: "Erva-do-diabo é um sortilégio, uma obra do desejo, um feitiço revolucionário que redime o leitor e a literatura."
A ver vamos.
Para já, uma infusão ou cataplasma de marroio haveria de me aliviar ou entorpecer as fortes dores da luxação que fiz num joelho .
Nota: Não sei ainda o que será "erva-do-diabo" no contexto do livro.
Nota: Não sei ainda o que será "erva-do-diabo" no contexto do livro.
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Veja aqui as propriedades e as contra-indicações do marroio.
Que interessante!Estamos sempre a descobrir coisas fascinantes!
ResponderEliminarQue o livro te "agarre"...
:)
Houve uma época que a minha mãe só bebia desse chá. Mas eu pensava que era por causa das alergias.
ResponderEliminarUm abraço
A minha Mãe chamava a essa planta, de que fazia essa infusão, de Hortelã. Mas ia recomendando que era uma planta muito venenosa pelo que nos recomendava muitas cautelas. Talvez por isso, eu não me senti muito beneficiado, ou tentado, a dar-lhe a sua verdadeira utilidade.
ResponderEliminarO Livro, talvez o leias com o tempo. Coragem.
Beijo
SOL
Esse chá nunca bebi, mas cá em casa todos adoramos beber um cházinho, até o me filho que chega a levar chá dentro de um termo, para beber no intervalo das aulas do Cambridge, que são já bem tardinho, (por volta das 20h).
ResponderEliminarDesejo a sua rápida recuperação.
Beijinhos
MAria
Olá, Olinda.
ResponderEliminarOs segredos da natureza a curar.
Essa, em particular, não conheço.
Que se recupere rápido.
bj amg
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ResponderEliminarInteressante que, baseada nas informações das conceituadas Arkocápsulas, estava convencida que a planta era um bálsamo
para o conforto dos pulmões.
Gostei de saber das restantes propriedades do Marroio Branco,
porque sou apaixonada fitoterapia.
Prefiro usar nas luxações pomada de Tomilho, que também desinflama.
Como lamento o incómodo doloroso e incapacitante, querida Olinda!
Se o livro te ''agarrar'', conta como foi.
Beijinhos carinhosos, desejando rápidas melhoras.
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Corrijo...
Eliminar'sou apaixonada por fitoterapia.'
As plantas ainda são todo um mundo a descobrir!
ResponderEliminarBeijinhos!
nunca tinha ouvido falar...
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Muito interessante, Olinda! Em primeiro lugar desejo que o teu joelho esteja melhor e que o livro comece a interessar-te. Acontece isso muitas vezes, mas teima-se e o interesse começa
ResponderEliminara aparecer. Temos que nos convencer, amiga, que, depois de tanta caminhada, o nosso corpo começa a cansar-se e aqui e ali umas dorzinhas surgem, . Enquanto for só isso, estamos bem. Tudo de bom, querida Olinda, um beijinho
Emilia
Na perfeição do Criador, acredito haver um remédio nas plantas para cada desvio da natureza. Porém, nem tudo serve para tudo. Não conhecia esta planta. Depois e ver, penso que a reconhecerei. Mas tal como os cogumelos, todo o cuidado é pouco!
ResponderEliminarAs melhoras, Olinda
Beijinhos!
Não me doi nada
ResponderEliminarmas vou tentar.
Cara Olinda, com a coincidência de também ter escrito sobre uma erva medicinal esta semana. Mas tenho a dizer-lhe que, apesar do meu já algum conhecimento sobre ervas silvestres, esta não faz parte da minha lista de saber, pelo menos por este nome.
ResponderEliminarIrei agora pesquisar, investigar e questionar sobre ela, pois pelas imagens que vi da planta, parece uma erva que a minha mãe chama de "mandraço" e que cresce espontaneamente por aqui.
Quanto ao livro, a história parece bem interessante. Também gosto bastante de romances históricos.
Beijinhos e bom domingo
Pois eu gostava muito de encontrar essa flor. Bem precisava.
ResponderEliminarDesejo que a amiga se encontre bem.
Bjs.
Irene Alves
Já eu gosto de escritas e conversas entrecortadas :) Achei muito agradável a forma de escrever da autora!
ResponderEliminarBeijinhos
Bem, cá estamos a segui-la nessa história. Aceito um chá de hibisco.
ResponderEliminarBeijo, amiga, estava saudosa de vir aqui.
;))
Minha amiga espero que esteja melhor da sua luxação do joelho, hoje venho especialmente para partilhar consigo um prémio que recebi. A importância não está no prémio em si, mas sim no que ele representa, a criatividade, imaginação, inspiração, bem como as horas e dedicação que cada um, dedica aos seus blogues deixando neles um pouco de si.
ResponderEliminarProvavelmente já recebeu de outros amigos esta recomendação, mas fica também aqui o meu reconhecimento pelo mérito do seu blogue.
Beijinhos
Maria
Gostei do estilo da escritora!
ResponderEliminarPor cá, a beber chá com aroma de frutos vermelhos :)
Beijinhos
Bebo muito chá (mais infusões), mas nunca tinha ouvido falar no marroio. Talvez a experimentar...
ResponderEliminarSobre o romance do Dom Dinis, preocupou-me o que me disse, cara Olinda. Não me pode contactar por email? andancas@t-online.de
Marroio? E cheira a maçãs? Não tinha ainda ouvido falar.
ResponderEliminarHá dores que têm que ser sentidas, sem entorpecedores, para as podermos superar e seguir adiante. No resto dos casos, o marroio parece-me bem.
Os romances históricos também são os meus preferidos.
Boas leituras, um doce fim-de-semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
Lindo e prazível espaço.
ResponderEliminarEstou a lhe acompanhar, pois sua escrita é encantadora.
ツ
ResponderEliminarSabe de uma coisa?
Nunca ouvi falar de Marroio mas só de ter aroma de maçã já vale a pena conhecê-lo.
Quanto a "Erva-do-diabo e Descartes... aí já não sei mesmo!!!
Bom fim de semana com tudo de bom!
Beijinhos.♬♪ه° ·.
♬♪ه° ·.
Minha amiga passei para lhe desejar um excelente fim de semana.
ResponderEliminarEspero que se encontre "melhorzinha".
Beijinhos
Maria
Passei para saber se já está melhor. Espero que sim, Olinda. Um beijinho e um bom fim de semana
ResponderEliminarEmilia
Também gosto imenso de romances históricos e acabei agora de ler um, premiado, sobre a terrível e dura experiência do Exército dos Dez Mil, mercenários contratados por Ciro para destronar seu irmão, imperador da Pérsia .
ResponderEliminarAbraços, desejando que esteja bem e tenha feliz domingo e bom 25 de Abril